Google e o combate às fake news

O Google vem experimentando ferramentas que reúnem diferentes recursos para detectar se fotografias postadas na internet foram adulteradas.

Por POR Arlaine Castro

Arlaine Castro

Supostas fraudes eleitorais, atitudes de candidatos que os condenam, traições, falsas alianças partidárias, imagens comprometedoras. Tudo isso implica um mundo virtual que ganhou proporções gigantescas para espalhar falsas informações e que não são combatidas com o mesmo fervor. Por isso, as grandes empresas responsáveis pelo mundo digital, como Google e Facebook, estão com uma grande responsabilidade - combater de forma mais rápida e eficaz a propagação de mentiras na internet.

Para isso, o Google vem trabalhando no combate às fake news em seus mecanismos de busca e redes sociais há tempos. Segundo o portal The Verge, a gigante anunciou em 2018 uma parceria com First Draft, um projeto da Havard Kennedy School contra a desinformação, pesquisa e educação na internet. A proposta é o Desinfo Lab em que ambas vão divulgar informações erradas em período de eleições e em casos de notícias de apuração rápida.

Outra parceria é com a Poynter Institute da Universidade de Stanford, um dos institutos de comunicação mais respeitados do mundo. Nela, o Google pretende lançar um programa chamado MediaWise em que ensinara a jovens como melhorar a qualidade de leitura na internet.

O Google News Initiative é um esforço da empresa em combater a desinformação e assegurar que as empresas consigam propagar bom jornalismo.

Para tentar diminuir essa onda global de desinformação, a matéria "A tecnologia que pode ajudar a desmascarar imagens falsas", escrita por Camilo Rocha e publicada no jornal Nexo no dia 5 de fevereiro, cita outra ação do Google para conter a onda de informações falsas que se espalham a cada segundo, principalmente em ano eleitoral.

Nessa, o Google vem experimentando ferramentas que reúnem diferentes recursos para detectar se fotografias foram adulteradas.

"Uma nova ferramenta anunciada nos Estados Unidos junta diversas tecnologias desenvolvidas em diferentes centros de pesquisa para tornar mais eficiente a detecção de imagens manipuladas. Segundo a Jigsaw, uma incubadora de tecnologia do Google, trata-se de uma solução "avançada" para um mundo em que a criação de conteúdo enganoso é cada vez mais sofisticada", cita o artigo.

Uma das iniciativas se chama Assembler. Segundo o texto de apresentação, existem muitas ferramentas que conseguem examinar um aspecto específico de uma imagem, mas que têm alcance limitado por causa disso.

Uma das ferramentas incluídas no projeto Jigsaw é um programa que detecta o uso na imagem de uma tecnologia de deepfake chamada StyleGAN. Essa tecnologia usa a inteligência artificial para gerar novos rostos humanos a partir de características de rostos de pessoas existentes e os resultados são realistas ao extremo, define Rocha.

Embora seja um escopo bastante abrangente e subjetivo, a Google já informou que deve investir 300 milhões de dólares nos próximos três anos para que o projeto funcione.

Em termos de busca, uma das ferramentas utilizadas para propagar fake news, a empresa comunicou que está trabalhando para treinar o sistema, com uso de machine learning, para conseguir identificar notícias falsas e ajustar o sistema para mostrar somente os bons resultados ao usuário.

O YouTube é outra preocupação da empresa. A plataforma tem passado por uma série de problemas de divulgação e viu vídeos nada confiáveis, como teorias de conspiração, entre os conteúdos de destaque. O mais recente caso foi o do tiroteio em Parkland.

O outro objetivo da Google é ajudar os sites de notícias a continuar a crescer da perspectiva de negócios. Neste caminho, por exemplo, já há uma novidade o: Subscribe with Google. Trata-se de uma ferramenta que permite a usuários assinarem um site de notícias usando as informações diretas de pagamento da conta do Google.

Pois é, 2020 é ano eleitoral nos EUA e no Brasil e cabe também a nós, eleitores, checarmos as informações.