Coronavírus: até que ponto não se preocupar?

Mais importante que se preocupar, é prevenir: cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar; utilizar lenço descartável para higiene nasal e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Por POR | ARLAINE CASTRO

O número de infecções pelo coronavírus chegou a 80.988 em 40 diferentes nações, além de 2.700 mortes até a quarta-feira, 26, e não há tratamento efetivo para a doença até agora. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que não há necessidade de pânico por causa da epidemia. Mas até que ponto realmente não se preocupar com a doença que se espalha rapidamente pelo mundo? E o que cada pessoa deve fazer para se prevenir?

A OMS declarou uma emergência de preocupação internacional no dia 30 de janeiro: "Usar a palavra pandêmico sem cuidado não traz nenhum benefício tangível, mas ela implica um risco significativo em termos de amplificar sem necessidade um medo injustificável e um estigma, paralisando sistemas. Isso pode sinalizar que não podemos mais conter o vírus, o que não é verdade", escreveu.

A alta de novas infecções na Itália, no Irã e na Coreia do Sul é "muito preocupante", mas o vírus ainda pode ser contido, e não está configurada uma pandemia, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Novos casos no Bahrein, Iraque, Kuwait e Omã foram todos ligados ao Irã. E pessoas doentes na Argélia, Áustria, Croácia, Alemanha, Espanha e Suíça têm a enfermidade ligada ao surto na Itália.

Mas, uma vez que o coronavírus passou a se disseminar mais através da Europa, torna-se mais difícil evitar sua propagação mundial. Os casos na Itália e França também aumentam e nos deixam indagados se há controle para o vírus.

Na quarta-feira também foi confirmado o primeiro caso de uma pessoa infectada pelo vírus no Brasil. Os Estados Unidos monitoram 57 casos suspeitos, ainda nenhum confirmado com a doença.

Mais do que se preocupar, é preciso prevenir. Para isso, algumas atitudes como:

Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;

Utilizar lenço descartável para higiene nasal;

Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

Não compartilhar objetos de uso pessoal;

Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;

Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;

Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;

Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.

Entretanto, apesar dos números avançando, não há motivo para alarde, segundo a OMS, uma vez que mesmo nos países com maior número de casos, a grande maioria deles não tem gravidade e as mortes somam menos do que o calculado para uma pandemia.

Semelhante a uma gripe, o vírus ataca o sistema respiratório. Ele pertence à família dos coronavírus, um grupo que reúne desde agentes infecciosos que provocam sintomas de resfriado até outros com manifestações mais graves, como os causadores da Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e da Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

Quanto à origem do vírus, tudo leva a crer que o novo coronavírus tenha sido originalmente transmitido para o ser humano de um animal e ainda esteja em processo de evolução.

Por isso, apenas as pessoas com idade avançada e saúde debilitada são as que correm mais risco. Entre as vítimas, 55% possuíam algum problema crônico. Diabetes, doenças cardiovasculares, males digestivos ou respiratórios e câncer estavam entre eles. Além disso, a média de idade dos pacientes era de 55 anos — 37% estavam acima dos 60 anos.

Para nosso alento, a esperança de tratar o novo coronavírus pode estar no horizonte, já que o primeiro estudo americano de um medicamento para tratar a doença está em andamento. Os EUA anunciaram na terça-feira, 25, o início de testes em humanos de um medicamento para tratar o vírus. É preciso se preocupar sim. Mas é melhor prevenir.