Oportunidades perdidas

Por Samantha Di Khali

oportunidade perdida

Quantas vezes desperdiçamos nosso tempo com coisas sem a menor necessidade, quantas vezes deixamos de fazer algo por medo ou até mesmo porque não nos achamos preparados para algo.

Sempre buscamos desculpas para oportunidades que deixamos passar ou usamos a frase tão manjada: _“Não era para ser meu”. Será que realmente essa frase se encaixa? Será que às vezes não é a gente mesmo que não faz nada para mudar o rumo das coisas?

Tem uma história muito bonita que não me canso de contar.

Existia um jovem que morava com sua mãe. Não tinha irmãos e o pai, há pouco, tinha abandonado a família para construir outra vida. Era um jovem muito solitário. Ele passava muito tempo em seu quarto, não gostava de ficar perto de pessoas da sua idade. Um dia, ele entrou em uma loja de DVD’s e se deparou com uma menina linda. Nossa, e como ela foi gentil com ele! Ele comprou um DVD e retornou para casa, e naquela noite, quase não conseguiu dormir, só pensando naquela menina.

Alguns dias depois ele voltou na mesma loja para comprar outro DVD e pediu para jovem embrulhar para presente, com isso ele conseguiu trocar algumas palavras. Semanas se passaram e o jovem vai quase que diariamente à loja para comprar um DVD e ser atendido por aquela doce vendedora. E sempre saía de lá com um DVD embrulhado para presente. Ele sem muita coragem pensava como fazer para convidar aquela linda menina para sair.

Um dia, uma fatalidade aconteceu: O rapaz adoece e morre. Sua mãe, com o coração dilacerado pela dor resolve arrumar as coisas do seu filho e qual não foi a sua surpresa! Existiam, em uma parte do guarda-roupa do filho, dezenas de DVD’s embrulhados para presente. Um a um, aquela mãe foi abrindo as embalagens. Percebeu que em todos os DVDs havia um bilhete: _ “Acho você uma pessoa muito especial. Quer sair comigo?” E estava assinado com o nome da menina vendedora da loja no qual seu filho se dizia apaixonado.

A mãe pegou o telefone e ligou para a jovem informando o falecimento do filho. Aproveitando lhe disse, também, que ele nunca havia aberto os DVDs, mas que sonhava de, um dia, convidá-la para sair.

Essa história me faz pensar quantos DVDs guardei sem abrir, por medo da rejeição, do medo do fracasso, do risco ou até mesmo por acomodação.

Vou procurar na minha gaveta, deve ter alguns lá.

E na sua, será que tem?

Quantas oportunidades foram perdidas ao longo desse tempo, será que não está na hora de a gente não deixar para depois o que podemos viver agora? Pense nisso e procure os DVDs que estão guardados.