O presidente Barack Obama foi reeleito para mais quatro anos de mandato no dia 6, depois de uma acirrada disputa contra o republicano Mitt Romney. Até o minuto do anúncio de que o atual presidente democrata havia vencido no estado de Ohio, um dos estados-chave no colégio eleitoral, o suspense permanecia, apesar de analistas já estarem afirmando que o cerco se fechava contra Romney. Com o anúncio, veio a vitória de Obama, mesmo que a contagem dos votos ainda não tenha terminado até o momento do fechamento desta edição. (Eis o sistema eleitoral americano, diferente do brasileiro).
Mas os grandes vencedores, que só continuarão ganhando a partir de agora, foram os latinos. Sua representação política fica cada ano mais nítida. Sobre a derrota de Romney, analistas afirmaram, entre outros motivos, que o principal é que o Partido Republicano ainda não conquistou, efetivamente, os latinos, jovens e minorias no país. No futuro, independente de qual partido estiver no poder, a voz latina deverá ser ouvida, algo que antes não passava de um sonho distante de imigrantes que vieram para este país, gerações atrás.
Agora, depois do turbilhão e da adrenalina da campanha eleitoral, a pergunta de muitos imigrantes: será que dessa vez sai a tão esperada reforma imigratória?
Se Obama realmente quiser e puder, isso deve acontecer em algum momento nos próximos quatro anos. E a reforma imigratória é, com certeza, um interesse comum entre uma boa parte, se não a maioria, dos latinos que vivem nos Estados Unidos.
Nesta edição, o eleitor verá grande parte dedicada às eleições americanas nas páginas 18, 19 e 22. Além do voto latino, algo que também os brasileiros pouco esperavam ver em eleições: dois brasileiros candidatos. Apesar de não terem conquistado o número suficiente de votos, esse é mais um fator interessante, representando não só latinos, mas brasileiros especificamente. Por que não dizer que a presença dos brasileiros também vai crescer junto com a dos latinos em geral?
Enquanto o voto jovem e de novos eleitores teve um papel crucial nessas eleições, no Arizona, mais precisamente no condado de Maricopa, a mentalidade anti-imigrante continua. O polêmico xerife Joe Arpaio, que tanto perseguiu imigrantes com a lei SB 1070, foi reeleito pela sexta vez.
Em Broward, o xerife Al Lamberti foi derrotado pelo democrata Scott Israel. Lamberti, republicano, teve um papel importante na integração de brasileiros junto ao governo local, realizando o primeiro Brazilian Citizens Academy. Agora, os brasileiros de Broward têm o desafio de conquistar o novo xerife.
O país, com isso, continua dividido, entre a força mais conservadora e a força inovadora, mostrando mudanças de comportamento e demográficas, que ainda dará muito ‘pano para a manga’ nos próximos quatro anos, tanto para que os republicanos quanto mesmo para democratas, que devem se adaptar a uma força que não dá indícios de voltar atrás.
