Pais estão optando cada vez mais por escolas charter no condado de Broward

Por Marisa Arruda Barbosa

  • O número de alunos matriculados em escolas públicas de Broward está diminuindo.
“Coloquei em escola charter porque sinto que eles ficam muito soltos na pública para fazerem o que querem, inclusive drogas, sexo, brigas e etc”. Para Francine, as escolas charter têm um ambiente mais controlado. Teteh Cardoso, que vive em Deerfield Beach, optou pela escola privada. Dois de seus três filhos já estudaram em escolas públicas e charter, mas hoje estão matriculados na escola privada Highlands Christian Academy, em Pompano Beach. “Eu optei pela escola privada não só pela qualidade de ensino, como também pela segurança”, disse. “As escolas de Broward não são boas, tanto na qualidade dos professores como no estudo em si”. A baixa em matrículas nas escolas públicas tradicionais se deve também ao fato das escolas charter estarem aumentando. A queda no número de alunos matriculados é a primeira no condado de Broward desde 2009, de acordo com os demógrafos do distrito. A tendência deve continuar, de acordo com autoridades do distrito, que buscam por soluções. Embora a população do Condado de Broward esteja crescendo, ela é composta por residentes com mais de 45 anos, não de famílias jovens. As quedas em matrículas, no entanto, não afetam o distrito uniformemente. Primeiramente, as escolas com maior queda no número de alunos são as com avaliação baixa. O distrito tem 21.543 vagas vazias e 90% delas estão em escolas classificadas como C, D ou F. Em escolas com classificação A, há uma escassez de 3.804 vagas. Cerca de 45% das escolas distritais são classificadas como C ou menos. Para alunos do ensino fundamental e médio, o maior êxodo é na parte sul do condado, que se tornou um reduto de escolas charter. Com informações de Sun Sentinel. [caption id="attachment_183759" align="alignleft" width="295"] A brasileira Kariza com o filho Kawan.[/caption] Outros condados Há quatro anos, Polliane Mourão resolveu se mudar para Boca Raton e tirou sua filha da escola pública Quiet Waters, em Deerfield Beach, e a colocou na Coral Sunset, do distrito escolar de Palm Beach, onde hoje está na 5a série. Polliane na verdade tem saudades da escola em Broward. “Eu não vejo mães de Broward reclamando como as de Palm Beach. Em um grupo de cinco mães conversando sobre a escola da minha filha, somente uma não tinha nenhuma reclamação da escola”, avalia. “Os professores têm dificuldades em lidar com o material que o estado dá para eles. Parece que algo mudou no ensino de matemática recentemente e eles culpam o estado pela dificuldade que eles têm em ensinar”, avalia. “Parece que a maior preocupação são os testes de avaliação dos alunos, o FSA, por causa da nota da escola, das verbas, etc”. Polliane chegou a registrar sua filha para uma escola charter, mas desistiu por causa de histórias que ouviu. “Vou continuar na pública que pelo menos tem um histórico, mas fico muito decepcionada”. Kariza Fernandes saiu de Miami em direção a Broward recentemente em busca de escolas e um cenário ideal para seus filhos. Os filhos de Kariza nunca foram para as escolas públicas de Broward. “Não tenho nada a dizer sobre as escolas públicas de Broward, mas tirei meu filho da South Pointe Elementary, em South Beach, e fui para Sunny Isles em busca de escola melhor. Todos falam bem da South Pointe, mas meu filho sofreu bullying, havia professores muito desqualificados”, avalia Kariza. “Fui me mudando para norte em busca de uma escola melhor e qualidade de vida”. Kawan estudou em uma escola em Sunny Isles e depois passou a fazer home school. Agora ele está matriculado em uma escola charter em Fort Lauderdale. Kariza relata que South Beach tem muita violência, assalto e não se sentia mais segura. “As crianças tem muito acesso a drogas muito cedo”, diz. Mesmo na área de Surfside, em Miami, perto de onde Kariza morou, sua filha de 16 anos teve muitos problemas. “Os jovens têm muita liberdade nas ruas. Quis sair de Miami por causa disso: meus filhos estavam expostos a muita droga, amizades erradas... Até que agora cheguei a Fort Lauderdale”. Com informações de Sun Sentinel.