País do futuro

Por Marcelo Mello

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Domingo foi o Dia do Trabalho, ou, depois do PT, Dia do Trabalhador, como gostam de dizer fazendo um esforço danado de marketing tentando um link com o nome do Partido dos Trabalhadores.

O que comemorar? Nada. Exatamente no domingo saiu o mais recente índice que mostra que cerca de 11 milhões de brasileiros estão desempregados. É muita gente, ainda mais para um país em que tão pouca gente trabalha.

As empresas fecham postos de trabalho todos os dias, isso quando não fecham a própria companhia. O que fazer diante de um cenário que parece ser cada vez mais estarrecedor? Como sair disso? Pois é, economistas renomados não cansam de dizer que a situação não deve melhorar tão cedo. Parece que haverá ainda mais gente desempregada nos próximos meses, quiçá, anos.

Uma troca de governo vai melhorar o cenário? Será mesmo? Evidentemente que deve aliviar os sintomas, mas curar a doença não vai. Até porque quem vai assumir não presta mais do que quem está sendo colocado para fora. Ainda que o PMDB não tenha sido o protagonista de todos esses recentes escândalos, eles foram, sim, os responsáveis por outros e, nestes atuais, são no mínimo coadjuvantes.

Não sou economista, muito menos vidente, mas era fácil prever essa crise toda. Lá atrás, ainda em 2012 alertei alguns amigos empresários que o suposto crescimento da era Lula sairia caro ao país. Era tudo anabolizado por com dinheiro público sem a mínima preocupação com déficit fiscal ou contas equilibradas. Pelo contrário, era uma gastança sem tamanho. Coisa que os comunistinhas de boutique amam fazer: gastar o dinheiro alheio.

A conta chegou. A consequência também. Inevitavelmente estoura no colo dos que trabalham ou trabalhavam. É preocupante. Não precisamos passar por uma situação de desemprego para saber o quanto isso é grave. Todos nós já vimos exemplos em nossas famílias ou em nossos círculos de amizade.

O novo governo pouco poderá fazer. Primeiro, porque são incompetentes; segundo, porque o estrago foi grande. Entendo que em um primeiro momento haverá certa euforia de que as coisas vão mudar, mas... acordem, é o Brasil e a economia do país sempre foi tímida. O máximo que conseguimos em pouco mais de 500 anos de história foram “voos de galinha”.

Poderia ser diferente, mas não é. E temos que lidar com a realidade e não com a esperança. O Brasil sempre foi o país do futuro que nunca chegou. E tenho certeza absoluta que nem eu e nem você caro leitor verá in loco esse futuro. Talvez nem nossos netos.

Somos administrados por bandidos em sua maioria. A minoria honesta é incapaz de fazer algo porque simplesmente não sabe. Há, pasmem, senadores da República pedindo novas eleições. Alguns muito respeitáveis, diga-se. Mas, coitados, não fazem a menor ideia do que venha a ser uma Carta Magna. Nossa Constituição, aquela que ninguém lê, tem “Cláusulas Pétreas”. Isso significa que não se pode mexer nelas. E justamente em uma delas lê-se que eleições fora do período em que são previstas não podem ser realizadas.

Ora, alguém acredita num país em que seus senadores não leem a Constituição?  Eu não. O futuro é sombrio.