Pais separados

Por Gazeta Admininstrator

Pai e mãe são as bases da estrutura familiar e as figuras de maior influência na formação do indivíduo, pessoas fundamentais para a inspiração, crescimento e referência das crianças. Para os pequenos, uma separação é inimaginável, mas mesmo que marido e mulher decidam seguir caminhos diferentes, um vínculo permanece: os filhos. Como lidar com esta situação?

A primeira grande dificuldade é contar aos filhos o que está acontecendo. Os pais devem estar muito decididos sobre o fim do relacionamento e bem resolvidos quanto à relação de amizade que estabelecerão para que as crianças não pensem que a estrutura familiar está ameaçada. “A sinceridade é de extrema importância. Os pais devem mostrar que a criança não está perdendo o pai ou a mãe, eles apenas não se relacionam mais como casal”, diz a psicóloga Maria Laura Gomes.
Se o relacionamento termina de maneira mal resolvida, o resultado pode refletir no desenvolvimento infantil. Psicologicamente, pai e mãe representam as referências de homem e mulher da criança. Se demonstrarem ressentimentos e discordarem sobre aspectos da criação dos pequenos, a impressão que os filhos formarão sobre cada sexo será prejudicada. Segundo a psicóloga, os pequenos vêem a verdade naquilo que têm como exemplo mais próximo.
É importante que os adultos saibam discernir o papel de pais e de ex-cônjuges, deixando claro para as crianças que se respeitam e estão trabalhando juntos para educá-las e amá-las acima de tudo. Os filhos não podem ser tratados como troféus ou escudos, servindo de divisores entre pais que se provocam e criticam constantemente. Segundo Laura, um ex-marido relapso não é, necessariamente, um pai ausente; um pai que atrasa a pensão não pode ser conside-rado um pai ruim somente por isso. “Essa distinção é fundamental para que os filhos cresçam sem neurose”.

Vivendo em dois universos
simultaneamente
Após a notícia da separação, começam as mudanças. Surge uma nova casa e o desafio de dividir o cotidiano das crianças em dois universos diferentes. “Os pais devem compartilhar a educação dos filhos, para que eles não flutuem dentro de leis diferentes em cada lugar”, devem combinar o que é certo e o que é errado, independente de onde estiverem. É essencial que os filhos vivam sob uma rotina definida - com horários e atividades fixas - para que tenham uma vida bem estruturada, apesar da distância entre os pais.
A visita dos filhos à casa de um dos pais não pode funcionar como oportunidade de barganha e disputa. As crianças devem se sentir bem em ambos os casos.
Caso pai e mãe não consigam estabelecer uma relação amigável, o papel dos avós é fundamental. Nestes casos, avô e avó passam a ser o casal estruturado no qual a criança tem base para se desenvolver e conciliar os dois mundos em que, repentinamente, sua vida foi dividida.
A resistência da criança a novos rela
cionamentos dos pais
Os adultos devem ser muito cuidadosos ao apresentarem novos companheiros aos filhos. Precisam deixar claro que o espaço das crianças não está sendo invadido. “Eles não foram trocados por ninguém; os pais continuam presentes, mas também precisam viver como homem e mulher”, diz Maria Laura.
Apesar disso, é fundamental que a criança seja preservada. Não é aconselhável apresentar vários namorados, devem ter um cuidado maior na hora de escolher alguém para um envolvimento mais sério.