Pais tentam retirar jovem brasileira de abrigo para imigrantes nos EUA

Por Gazeta News

Uma adolescente brasileira de 17 anos foi levada para um abrigo de imigrantes indocumentados em Chicago e seus pais tentam, do Brasil, levá-la de volta para casa. Natália Koenig Neto estava desde fevereiro no Texas na casa de seu tio. De acordo com seu pai, Marcelo Neto, ela e o tio foram passar o dia no México. Quando voltaram, a adolescente foi retida na fronteira. “Nunca mais dormimos na nossa vida”, disse o Marcelo, que é de Cachoriera do Sul (RS), ao G1. "Eu nem sabia que eles iam para o México. Naquele dia a gente não conversou. Só foi aquela surpresa quando tocou o WhatsApp”, relatou Marcelo. “Estava meu irmão, minha filha e a minha cunhada lá, numa situação quase se despedindo. Eu vi a minha filha chorando." Marcelo ainda disse que a filha passava férias desde o dia 23 de fevereiro e que, quando deu entrada no país americano, recebeu visto de permanência de turista com validade de seis meses. A família, que acompanhou tudo no Brasil através de uma chamada de vídeo pelo celular, afirmou que não recebeu nenhum documento do governo americano que explique a retenção. "Não tinha nenhum documento, nenhuma razão nem nada. Ela não podia chegar perto do aparelho [celular]. Meu irmão não podia mais chegar perto dela. Levaram ela para uma sala, colocaram ela para preencher alguns formulários, sem acompanhamento de um adulto, sem nada. O adulto que tinha ali era o agente. Isso foi tudo contado pelo meu irmão. Não tem nada oficial do governo norte-americano". De acordo com o pai, no primeiro mês nos Estados Unidos, a jovem chegou a estudar. Natália fez aulas numa escola americana por cerca de quatro semanas. "Fala-se que ela estudou com visto de turista. Só que eles nem sabiam se ela estudou ou não. Só se apertaram a menina lá dentro e ela botou que era estudante. E pronto, 'foi esse o motivo de você estar aqui', mas pode ser qualquer motivo". Marcelo diz que não recebeu nenhum documento explicando o por quê da prisão. Quase 48 horas depois de ter impedida de cruzar a fronteira, Natália pôde fazer contato com os pais no Rio Grande do Sul. No telefonema, eles descobriram que ela havia sido levada para o centro de imigrantes em Chicago, a mais de 2 mil km da fronteira com o México. "O telefonema que veio, a partir do momento que a gente provou por e-mail que era pai dela, é uma coisa de cortar o coração. Deu para perceber que ela está bem de saúde. Tinha gente mediando o telefonema. Ela não se sentia à vontade, nem para me dizer tudo que ela queria dizer. Eu também cuidava o que falar”. A família fez contato com o Itamaraty e busca ajuda das autoridades brasileiras.Ao G1, o Ministério das Relações Exteriores informou que "acompanha o caso e presta assistência consular cabível", mas não deu outros detalhes. O Gazeta tentou contato com a família de Natália, mas ainda não recebeu resposta.Com informações do G1. Relacionada: Processo acusa ICE e Grupo Geo de não tratarem imigrantes humanamente