Palavrão de Bush divide a imprensa dos EUA

Por Gazeta Admininstrator

O uso da palavra "shit" ("merda", em inglês) por parte do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, durante uma conversa particular com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, foi amplamente comentado na imprensa de seu país, mas boa parte da imprensa optou por não citar o governante. A conversa sobre a situação no Oriente Médio aconteceu na segunda-feira, durante um jantar ao fim da cúpula do G8 em São Petersburgo (Rússia). Mas os jornais de todo o mundo reproduziram as palavras de Bush, que não percebeu que havia um microfone ligado.

O presidente disse a Blair: "a ironia é que eles precisam conseguir que a Síria obrigue o Hisbolá a parar toda esta merda". A CNN transmitiu fielmente as palavras usadas por Bush para resumir as atividades do grupo radical xiita libanês Hisbolá, em sua conversa com Blair diante das câmeras de TV. Outras redes dos EUA, como CBS, NBC e Fox News, além de grande parte da imprensa escrita evitaram citar a palavra empregada por Bush. Porém, informaram que o presidente tinha usado um termo ofensivo. O "USA Today", que não reproduziu a fala de Bush, dedicou todo um artigo, publicado com destaque na edição de terça-feira, à discussão sobre o acerto ou erro de se publicar uma palavra potencialmente ofensiva.

O jornal entrevistou uma porta-voz da CNN, Christa Robinson, para quem as declarações de Bush, inclusive a palavra que empregou, tinham valor informativo. Elas mostraram "como se relacionam dois importantes líderes mundiais", observou. Ao contrário da imprensa americana, os jornais, rádios e redes de TV do resto do mundo não duvidaram em reproduzir o comentário de Bush sobre a crise no Líbano.