Palocci não suporta crise e pede demissão.

Por Gazeta Admininstrator

Antonio Palocci Filho, ministro da Fazenda, acaba de pedir seu afastamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo relatou a assessoria de imprensa do ministério.

Bombardeado por acusações de corrupção, realizadas desde 2005, e após comparecer a uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no início deste ano, Palocci deixa o Ministério da Fazenda após cerca de 39 meses em seu comando.

Quem deverá assumir seu lugar é Guido Mantega, atual presidente do BNDES.

O fator crucial de sua saída é o episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa. O caseiro confirmou, em depoimento prestado a CPI dos Bingos, ter visto Palocci em várias ocasiões em uma residência no Lago Sul, em Brasília, que era freqüentada por ex-assessores de Ribeirão Preto. Suspeita-se que essa casa era usada para a promoção de negócios ilegais e festas com garotas de programas.

No entanto, com sua saída do governo, Palocci pode se candidatar a um cargo eletivo nas próximas eleições. Sendo eleito, manteria um foro privilegiado para responder a suspeitas de corrupção, ainda de sua gestão em Ribeirão Preto.

Atuação no governo
Palocci adquiriu uma visão a nível nacional e internacional ao coordenar a campanha de Lula para a Presidência da República em 2002. Foi ele quem ajudou a levar o PT da esquerda para o centro ao fazer a ligação entre o partido e o mercado.

No período em que esteve a frente do Ministério da Fazenda, a economia do país teve um aumento de 0,5% em 2003, passando para 4,9% em 2004 e 2,3% no ano passado. Com um forte esforço fiscal, a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB (Produto Interno Bruto) passou de 55,5%, em dezembro de 2002, para 51,6%, em dezembro do ano passado.

Também sob a gestão de Palocci o Brasil conseguiu melhorar a composição da sua dívida, com a redução do endividamento externo e da menor participação de títulos cambiais e atrelados à Selic na composição na dívida interna. Por outro lado, aumentou a participação dos títulos prefixados - para o governo, isso é melhor, porque se sabe antes o quanto vai pagar.