Para combater a imigração ilegal, DHS mira nas famílias indocumentadas

Em combate à imigração ilegal, o Department of Homeland Security (DHS) anunciou que está examinando novas mudanças nos procedimentos na política que regula a imigração no país e estas têm como alvo as famílias de imigrantes indocumentados.

Tyler Houlton, porta-voz da DHS, confirmou que a agência "analisou mudanças processuais, políticas, regulamentares e legislativas" para impedir a entrada e permanência de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos. Sem dar mais detalhes, ele disse que algumas das medidas foram aprovadas e o DHS está trabalhando com outras agências federais para implementá-las no futuro próximo.

"A administração está empenhada em usar as ferramentas legais à disposição para garantir as fronteiras da nossa nação e, como resultado, continuamos a rever as opções de políticas adicionais", disse Houlton.

Apesar de não ter sido divulgada oficialmente, fontes anônimas de dentro do DHS disseram que a proposta envolve as famílias de imigrantes que vivem ilegalmente no país e também as crianças enviadas sozinhas pela fronteira cujos parentes acabam recebendo os menores. Eles passariam a responder criminalmente por receberem os menores.

“O governo está analisando a possibilidade de separar os filhos menores de seus pais para desestimular as famílias a fazerem o mesmo”, disseram fontes anônimas de dentro do DHS, do Immigration and Customs Enforcement (ICE) e da Casa Branca aos jornais Washington Post e New York Times.

A proposta para separar as famílias em detenção seria manter os adultos sob custódia federal enquanto os seus filhos seriam enviados para os abrigos do Department of Health and Human Services (HHS). Os pais e parentes poderiam seguir para deportação ao tentar recuperar a custódia dos menores nos abrigos governamentais.

A lei atual prioriza a liberdade dos imigrantes que possuem filhos menores e limita o serviço das agências de imigração que não podem mantê-los por muito tempo nos centros de detenção. Por isso, a maioria é liberada com a ordem de se apresentar constantemente a um juiz.

No início do ano, em março, o atual chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, que na época era secretário do DHS, chegou a comentar a proposta ao afirmar que estavam pensando no bem-estar das crianças. As organizações de apoio aos imigrantes criticaram e a ideia foi adiada. O governo então se concentrou nos esforços de proteção da fronteira com aumento das prisões na fronteira e construção dos protótipos do muro.

Em novembro, agentes levaram sob custódia 7.018 famílias, ou "unidades familiares", ao longo da fronteira com o México, com aumento de 45% em relação ao mês anterior, segundo as últimas estatísticas do DHS. O número de crianças imigrantes não acompanhadas também aumentou em 26%.

Os abrigos para crianças operados pela HHS estão em capacidade máxima ou "perigosamente perto disso", disse um funcionário da agência. Em geral, o número de imigrantes detidos no mês passado, ao longo da fronteira com o México foi de 39.006, o maior total mensal desde que Trump se tornou presidente, segundo dados do DHS.