Saber se planejar e ter juízo na hora das compras. Dois itens imprescindíveis caso você sonhe em passar as confraternizações de fim de ano no azul e, ainda, guardar dinheiro para os tradicionais gastos de janeiro. como o Imposto de Renda.
O problema é conseguir superar o explosivo coquetel de final de ano, que costuma causar muitas dores de cabeça aos imprudentes. Os ingredientes são as alegres festas de natal e réveillon e um tentador cartão de débito ou de crédito nas mãos. Aliás, tentação é a palavra que melhor define a verdadeira corrida às compras que fazem deste coquetel uma freqüente causa de enxaquecas terríveis, principalmente, nos meses de janeiro, feverei-
ro e março do ano seguinte, quando é hora de enfrentar a realidade.
“É preciso comportar-se com austeridade. Não há como economizar nem poupar di-nheiro sem esforço nem trabalho”, garante o especialista em economia doméstica e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luís Carlos Ewald.
O trabalho a que se refere o professor é o da busca por melhores preços, o que exige pesquisa e dedicação.
Orçamento e planejamento
O primeiro passo é colocar no papel todos os possíveis gastos. O mês de dezembro consome gastos que, mesmo baixos, podem resultar numa facada no seu orçamento.
Faça uma relação de todos os possíveis gastos: caixinhas de final de ano; vaquinha para festa de amigo secreto da empresa; compras de roupas; tem que constar tudo. escolar.
Presentes: faça uma relação completa de todas as pessoas que você deseja – ou precisa - presentear. Não esqueça do amigo secreto da firma, do clube, etc;
Gastos com festas: comida, decoração, roupas novas, cabeleireiro, tenha tudo programado.
Caixinhas de final de ano: se forem muitas, elas acabam consumindo boa parte do orçamento. Calcule previamente o que você tem para oferecer.
Viagens
Se for viajar, saiba exatamente o que tem para gastar. Não viaje “no escuro”.
Compras de Natal
Na época do Natal é impossível evitar a correria das compras. Mas em tempos de juros altíssimos e recessão, não há nada mais perigoso para o bolso do que fazer compras às pressas. É preciso tomar muito cuidado com os preços dos produtos e com as condições de pagamento, especialmente nas compras a prazo.
Presentes
São raras as pessoas que conseguem comprar com muita antecedência os presentes natalinos. Para o economista, tal medida é desnecessária: “em novembro ainda é possível encontrar algumas poucas ofertas, mas nem todos os lançamentos e novidades chegaram nas lojas”, diz.
Comprar com antecedência é sinal de planejamento, o que é um bom sinal, mas a questão central é a forma como essa compra foi feita. “Não é nenhuma novidade que compras a vista são sempre o melhor negócio”, diz o professor. Para o economista Sérgio Tavares Lima vale a máxima: “se você não tem dinheiro para comprar à vista, não compre, ou compre algo que caiba em seu orçamento”.
“O maior perigo do final do ano é a sensação de que é preciso comprar presentes para todos”, acredita Lima. Ele sugere que as pessoas se esforcem para não embarcar nesse espírito natalino e só gastem o necessário. “Se for às compras, reserve um dia inteiro para isso. Sem pressa, o consumidor escolhe com mais propriedade e pode buscar preços menores”, considera.
Mas antes de sair gastando por aí, é interessante fazer pesquisas online nos sites de comparações de preços.
Ceias e festas
As tradicionais ceias de fim de ano também pesam no orçamento, principalmente porque muitos produtos são importados. A boa notícia é que graças ao reaquecimento das exportações, a oferta de importados será maior, assim como os preços estarão mais em conta.
Com esforço e pesquisa, é possível fazer uma economia de até 30%. O economista sugere que as compras de certos itens da “cesta básica” natalina sejam comprados em parceria. Vários produtos são vendidos em grandes quantidades e acabam sobrando mesmo. Quantas casas têm nozes até março, abril? Ao comprar em parceria, você evita o desperdício e reduz muito os custos.
Produtos como vinhos importados, nozes e uvas passas podem parecer baratos quando vistos individualmente, mas podem pesar na conta do supermercado.
O grande vilão para o orçamento na ceia é a tradição. Pessoas que não abrem mão de todos os tipos de carne (peru, frango, aves em geral) no jantar de Natal ou de frutas mais difíceis de serem encontradas (mercadorias que podem ser substituídas e aliviar o bolso), costumam pagar mais caro por suas preferências.
Para que você não seja alvo deste vilão, por que não apostar em frutas da estação? A refeição do Natal pode ser acompanhada de um vinho nacional.
Na hora dos preparativos para as comemo-rações natalinas, optar por uma ceia de inverno, com produtos tipicamente locais. Um jantar menos convencional pode ser uma boa alternativa para quem quer surpreender o paladar de seus convidados e ainda economizar.
Viagens
Por mais importante e prazerosas que sejam, as viagens de férias só podem acontecer se houver orçamento para tal. “Do que vale descansar numa viagem e passar o resto dos meses estressado para pagá-la?”, questiona Ewald.
A decisão de viajar ou não depende exclusivamente da situação financeira da família. É possível fazer economia numa viagem, mas nada de tomar um passo equivocado, que resulte em dívidas.
Procure se informar de todas as atividades que sua cidade terá no inverno. Especialmente na Flórida, mesmo com pouco dinheiro, é possível fazer muitos programas sem precisar viajar. É só ter disposição para achá-los.

