Para FHC, dar prioridade à America Latina melhoraria situação dos EUA

Por Gazeta Admininstrator

Os Estados Unidos seriam um país mais seguro e rico se tivessem um papel mais ativo na América Latina, da qual se afastou nos últimos anos, segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC integra o centro de análises Diálogo Americano, que apresentou nesta quinta-feira um informe, dirigido ao presidente George W. Bush e a outros altos funcionários americanos, sobre mudanças na política para a América Latina.

"Estamos convencidos de que uma América Latina mais democrática, próspera e igualitária trará por sua vez grandes benefícios econômicos, políticos e de segurança aos Estados Unidos", afirmou Peter Hakim, presidente do centro, que elaborou a agenda para as Américas 2005 com o assessoramento de FHC e da ex-representante do comércio americana, Carla Hills.

Hakim estimou que a política atual para a região "não está servindo de maneira adequada aos interesses nem dos Estados Unidos nem das nações da América Latina e do Caribe".

Em conversa com a APF, Fernando Henrique declarou que a situação seria ainda pior se Washington mantivesse uma política equivocada para a região.

"Não estou ansioso para que o governo americano se preocupe com a América Latina. Nós próprios devemos nos preocupar conosco, e manter uma boa relação com os Estados Unidos", assinalou.

"Se [a relação] fosse mais positiva, melhor, mas isso não é essencial para nós. Seria pior se os Estados Unidos mantivessem uma política equivocada para a América Latina", insistiu.

A América Latina, catalogada por Bush como sua aliada mais importante no mundo há quatro anos, ficou fora das prioridades de Washington depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, para dar lugar à "guerra contra o terrorismo" e às invasões ao Afeganistão e ao Iraque.