Para que não participem de protestos, crianças são impedidas até de ir ao banheiro.

Por Gazeta Admininstrator

A diretora de uma escola adotou orientações usadas em caso de emergência, como ataques nucleares, para evitar a saída dos alunos.

Tentando evitar a participação de estudantes em manifestações de imigrantes, a diretora de uma escola da Califórnia impôs uma restrição de saída de classe tão rígida que as crianças não tiveram permissão nem para ir ao banheiro. A solução? Tiveram que recorrer a baldes, para urinar na própria sala de aula.

A diretora da Escola do Ensino Fundamental Worthington, Angie Marquez, impôs a restrição em 27 de março, dia em que cerca de 40 mil estudantes do sul da Califórnia abandonaram as aulas pela manhã para participar de manifestações pelos direitos dos imigrantes. A medida voltou a ser aplicada na manhã do dia seguinte. A diretora aparentemente confundiu o que estava escrito no guia de orientações para situações de emergência do distrito, e ordenou restrições contempladas no caso de ataques nucleares.

Tim Brown, o diretor de operações do distrito, confirmou que alguns estudantes tiveram de usar baldes, mas defendeu a ordem da diretora como um “erro honesto”. “Os baldes deve ser usados quando há um ataque nuclear”, explicou Brown ao jornal Los Angeles Times. A diretora “seguiu os procedimentos. Ela tomou a decisão de seguir o guia, mas na verdade apenas o entendeu mal”.

Brown disse que após reclamações de pais, o distrito decidiu atualizar suas instruções para casos emergenciais, a fim de dar-lhes mais clareza. Pais e ativistas comunitários exigiram explicações do conselho da escola - e a promessa de que a restrição não será novamente imposta.

“Não houve violência nos protestos, então tudo isso foi baseado em que?” questionou a ativista Diane Sambrano. “Foi anti-higiênico, desnecessário e absolutamente inaceitável”.

Suicídio – No dia 15 de abril estudantes da Califórnia organizaram mais uma manifestação, saindo de vários pontos do estado em marcha em direção à prefeitura de Los Angeles. Eles vestiam camisetas com a foto do estudante Anthony Soltero, que suicidou-se aos 14 anos, depois de ter sido ameaçado por um oficial escolar por participar de um protesto de imigrantes. O jovem também era um imigrante hispânico.