Adolescentes brasileiros tenta lidar com a perda trágica de colegas mortos pela mãe
No momento em que a notícia oficial foi dada, os alunos já tinham se informado pela internet sobre o ocorrido.
O pai das crianças, que se divorciou de Jennifer recentemente, chamou a polícia depois de receber um e-mail naquela manhã. Richard Berman disse que, no e-mail, Jennifer dizia que ia fazer mal a si mesma e aos filhos do casal, de acordo com uma gravação de chamada ao 911. Mas quando chegaram ao local, já era tarde demais.
“Eu sempre via os irmãos Berman, que estavam presentes em todos os concertos e ensaios com o pai. Nunca vi a mãe, mas o pai, Richard, era calmo e tímido, mas conversava conosco no intervalo dos concertos”, relata a brasileira Greice Figueiredo, mãe de Yuri. “Jackie chamava atenção por ser alta e magra e uma menina muito meiga. A última lembrança que tenho dela foi no final do ano, quando eles fizeram uma avaliação de violino em um sábado. Eu e o pai dela esperávamos sentados quando a Jackie saiu da sala com lágrimas nos olhos dizendo que não tocou muito bem. Tentamos confortá-la. O pai a ajudou a carregar o violino e se despediram conversando”.
Como ajudar o filho a lidar com a perda? Greice conta que a preocupação dos pais não é com a segurança na escola, mas com a questão emocional e os efeitos que o trauma pode trazer.
“O que dizer pra eles? Pensei nisso o tempo inteiro e dormi mal e impressionada por três dias”, disse Greice. “Eu conversei com a única mãe brasileira além de mim, de quem sou mais próxima. O filho dela era mais amigo do Alex ainda. Ela disse que ele ficou aos prantos por dois dias e pediu para o pai dormir no quarto dele. Os jovens irão esquecer aos poucos. Na terça-feira (dia 14) eles foram para a escola usando branco, fizeram uma homenagem aos irmãos. Yuri me ligou no intervalo da aula um pouco emocionado contando como foi. Todos os dias eles estão usando um broche com um laço negro em luto”.
Para Greice, o maior desafio é ajudar os jovens a entender a loucura de um filho ser morto pela própria mãe.
“Uma das mães me disse que a filha em casa perguntou se ela teria coragem de fazer algo assim. Falei para meu filho da possibilidade de essa mãe estar usando drogas ou qualquer coisa que a levou à loucura. ‘Nenhuma mãe quer mal para seu filho, a não ser que esteja doente mentalmente ou com uso de drogas e álcool’”.
O serviço funerário foi realizado no dia 19 para os dois irmãos com homenagens dos alunos da escola. Richard Berman, de 51 anos, pediu ao público para doar dinheiro para uma bolsa criada pelo Alexander W. Dreyfoos School of the Arts, para que outras crianças possam perseguir os sonhos dos dois adolescentes.
De acordo com reportagens locais feitas com vizinhos e um senhor de quem Jennifer cuidava, ela estava deprimida com o divórcio e sob estresse financeiro.
