Paranaense que mora na FL é detida no trânsito e pode ser deportada

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_154477" align="alignleft" width="387"] A brasileira e seus dois filhos, Leo, 18 e John, 15. Foto: Tampa Bay Times.[/caption]

Moradora da Flórida e natural do Paraná, Jussara Davis, de 42 anos, foi detida no trânsito em junho por estar com luz de freio queimada e carteira vencida. Desde então, por ser indocumentada, responde a um processo na justiça e corre o risco de ser deportada.

Davis foi parada no trânsito em Pasco County, região oeste do estado, quando voltava para casa depois do trabalho. Ao parar, o policial explicou para a brasileira que ela estava com a luz de freio queimada e pediu a carteira de motorista. A brasileira apresentou então uma carteira de motorista emitida no estado de Washington, vencida em 2012 e o cartão do seguro saúde. Porém, ao ser questionada se morava no estado que emitiu a licença, a brasileira disse que sim e foi detida por dirigir com uma licença vencida.

Segundo Jussara, apareceram outras viaturas, os policiais entraram em contato com a Border Patrol e ela foi levada dali para o Land O'Lakes Detention Center, onde ficou por 27 dias. Jussara foi levada algemada para a prisão e sem poder falar com os filhos - Leonardo de 18 anos, e John, 15 – o mais novo nascido nos Estados Unidos.

O caso foi divulgado recentemente pelo Tamba Bay Times, que cita que a paranaense ultrapassou o tempo permitido de seu visto de turista há 17 anos e trabalha com limpeza de casas na região de Tampa e cria sozinha os dois filhos. Davis nunca tinha tido registro na polícia, tem casa própria e sempre pagou todos os impostos, segundo sua advogada,Marianthe Poulianos, que representa a brasileira.

O filho mais velho, Leonardo, sofre de diabetes e toma insulina diariamente. Há um certo tempo, o fato de ter algum familiar doente era considerado pelos agentes de imigração para sua não-remoção. Porém, com as mudanças feitas pela atual administração, algumas diretrizes na política de imigração do país foram modificadas em fevereiro, e então todos os imigrantes indocumentados enquadram-se como prioridade para a remoção.

“O caso de Jussara mostra que a administração Trump está prendendo pessoas que não têm ficha criminal, muitos imigrantes não acreditam, mas está acontecendo sim”, disse a advogada.

De Tampa, Davis foi levada para a prisão do condado de Pinellas, em Clearwater, onde passou três noites em uma cela, sozinha, antes de ser transportado para o Centro de Transição Broward em Pompano Beach, um dos cinco centros de detenção da imigração da Flórida. Jussara foi liberada no dia 18 de julho depois de pagar uma fiança de $10 mil. No dia 28 de novembro, ela terá outra audiência com o juiz de imigração em Orlando. Ela deve provar que ela esteve nos Estados Unidos há pelo menos uma década, é uma pessoa de bom caráter moral e que seus filhos enfrentariam dificuldades excepcionais se ela fosse embora.

O filho mais velho, Leonardo, estuda na University of South Florida pelo programa DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) - que foi enviado em setembro ao Congresso para votação de mudanças ou extinção.

O Gazeta entrou em contato com Jussara, porém, não houve retorno até o momento.