Parentes de vítimas do 11/9 pressionam CIA a divulgar relatório

Por Gazeta Admininstrator

Parentes de vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington pediram à CIA que torne público um relatório interno, no qual a agência de inteligência avalia os esforços de combate ao terrorismo realizados antes dos ataques.

O relatório, elaborado pelo inspetor-geral da CIA e que estaria quase concluído, deve ser enviado como documento secreto para o diretor da agência, Porter Goss, e depois para comissões do Congresso americano, disseram autoridades.

Mas parentes das vítimas, que conseguiram convencer o presidente George W. Bush a aprovar a criação de uma comissão encarregada de investigar os ataques, dizem pretender aumentar a pressão pública a fim de que a CIA divulgue o documento.

- Há informações ali (no documento) que supostamente se referem a nomes. Finalmente parece que haverá atribuição de responsabilidades - afirmou Lorie Van Auken, que perdeu o marido nos ataques e que participa do grupo Defensores do 11 de Setembro.

- A atribuição de responsabilidades seria algo fabuloso porque, até agora, ninguém foi responsabilizado neste governo - disse a americana em entrevista.

Outra viúva de uma vítima dos ataques, Kristen Breitweiser, disse que Goss havia prometido aos parentes, em agosto passado, a divulgação do documento. Na época, ele ocupava o cargo de presidente da Comissão Permanente de Inteligência da Câmara dos Deputados.

As famílias das vítimas ouviram promessas semelhantes do senador republicano Pat Roberts, presidente da Comissão de Inteligência do Senado, acrescentou Breitweiser.

- Apesar de a agência estar obrigada a salvaguardar fontes e métodos, o diretor compreende o desejo por transparência. Mas o relatório do inspetor-geral não está terminado ainda - afirmou Paul Gimigliano, porta-voz da CIA.

Há duas semanas, o Departamento de Justiça divulgou um relatório similar criticando o papel do FBI nas atividades de contra-terrorismo pós-11/9. Os ataques mataram três mil pessoas e levaram os EUA a declarar uma guerra ao terrorismo.