Parreira: "Ronaldinho continua sendo Ronaldinho, não podemos estigmatizá-lo".

Por Gazeta Admininstrator

O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, disse neste domingo, em entrevista coletiva no hotel em que a delegação do Brasil está hospedada em Frankfurt, que Ronaldinho, grande decepção da Copa do Mundo da Alemanha, não pode ser crucificado pelo fracasso da Seleção, a qual, segundo o treinador, vai precisar do craque no futuro.

"Acho que Ronaldinho até conviveu bem com a enorme expectativa que foi criada em cima dele. Não podemos estigmatizar o jogador. Dunga foi estigmatizado na Copa de 90 e tivemos de recuperá-lo para levantar a taça em 1994. Temos os melhores jogadores do mundo e precisamos apoiá-los. Ronaldinho continua sendo o Ronaldinho. Vamos precisar dele na frente", afirmou Parreira, na manhã seguinte à derrota para a França por 1-0.

Parreira reconheceu que fazer substituições numa equipe de jogadores consagrados é mais difícil do que num time sem com nomes sem expressão, mas acredita que não adiantaria substituir Ronaldinho, já que nenhum jogador do banco de reservas poderia acrescentar muita coisa à equipe durante o jogo contra a França.

"Se tirasse o Ronaldinho, quem iria resolver? Cicinho entrou contra a França, achávamos que poderia melhorar o time, e ficou a mesma coisa. O impacto de entrar num jogo de Copa do Mundo, naquelas condições, é muito grande".

Muito abatido, Parreira não soube explicar o motivo pelo qual a seleção brasileira esteve tão apática na partida contra a França.

"É difícil explicar. Não tenho uma resposta definitiva para isso, nem os jogadores sabem explicar. Não é hora de fazer uma caça às bruxas, cabe à comissão técnica analisar com calma" o que aconteceu nesta Copa do Mundo.

No entanto, o treinador admitiu um certo desapontamento com os jogadores, que não souberam atuar de forma mais coletiva nas pastidas.

"O jogo coletivo não aconteceu na medida em que eu gostaria. Com esses jogadores, é muito complicado, seria preciso mais tempo de preparação. Certamente podemos evoluir no aspecto coletivo".