Passando o Dia dos Pais longe dos filhos

Por Gazeta Admininstrator

Por Marisa Arruda Barbosa

Mesmo com o Dia dos Pais sendo comemorado em datas diferentes no Brasil e nos Estados Unidos, para muitos pais imigrantes, a chegada tanto do Dia dos Pais americano, que será no dia 18 de junho este ano, como a data brasileira, acaba tocando um ponto fraco: estar longe dos filhos. Enquanto para alguns a distância foi ocasionada por um divórcio, para outros foi uma escolha, certos de que o sacrifício proporcionará um futuro diferente a seus filhos.

Pais com filhos americanos, mal se lembram do Dia dos Pais no Brasil, enquanto os pais imigrantes ainda muito ligados ao Brasil nem sabem a data comemorada nos EUA. Flávio da Costa, por exemplo, de Brasília, está nos Estados Unidos há 16 anos. Para ele a data do Dia dos Pais brasileira parou de fazer sentido. “Meu pai faleceu no Brasil e a data de lá se tornou uma data vazia”, explica.

Já para Peterson Hahn, tanto a data americana como a brasileira acabam tocando no ponto, que é uma questão diária em sua vida: a saudades de seu filho no Brasil. “Eu costumo pensar mais no dia dos pais brasileiro, pois meu filho está lá, mas aqui, quando as pessoas falam e comentam, acaba fazendo a gente pensar também”, diz Hahn, que não vê o filho há três anos e meio.

Costa vive no sul da Flórida, e seu filho, de 17 anos, vive em Boston. “Meu filho segue o calendário americano e sempre me liga no dia dos pais daqui”, conta. Costa não sente que a distância o impeça de participar da vida do filho. “Eu vou para Boston de três a cinco vezes ao ano, e meu filho vem para cá durante as férias dele”.

E mesmo estando em países diferentes, Hahn tem a mesma opinião que Costa. “Eu mantenho um contato quase que diário com meu filho em Santa Catarina, e uso muito a tecnologia para me aproximar”, disse Hahn. “Usamos o Skype e até tocamos violão juntos”.

Ainda tem aqueles que têm filhos aqui e lá, como é o caso do curitibano Dorival Gonçalves, que tem duas filhas cursando faculdade no Brasil e outra no high school aqui no sul da Flórida. Gonçalves acaba comemorando o Dia dos Pais do Brasil, enquanto aqui tenta se equilibrar entre estar presente na vida da filha e o trabalho. “Eu acabo deixando a educação de minhas filhas no Brasil nas mãos da mãe delas”, disse.

Há dois anos, com a crise econômica, a família de Gonçalves acabou se separando. As filhas foram para o Brasil para cursar faculdade e viver com a mãe, a casa de Gonçalves foi para foreclosure e sua filha de 16 anos continuou morando com uma amiga da família para terminar o high school na mesma escola que sempre estudou.

“Eu tento ficar presente ao levá-la e buscá-la na escola, mas é muito trabalho morar em locais separados”, conta, mas realça que esta situação é temporária: “meus planos são de ficar um mês em cada país”. Assim, poderá ficar mais presente na vida de suas três filhas.

“Eu sempre falo para meu filho que estar junto não é só estar ao lado fisicamente, mas ter a consciência que estamos juntos não importa onde”, disse Hahn. “Sei que falta estar ao lado dele e mostrar pelo exemplo e não só com palavras, nessa fase em que ele está com 15 anos”.

Costa diz que o fundamental é mostrar-se presente na vida do filho, mesmo com a distância. “Eu estou ligado nele 24 horas por dia, tenho telefone de amigos, da escola, e claro, me mantenho presente financeiramente”, conta.
Hahn espera, até o fim do ano, poder ver seu filho. “Se ele estivesse aqui tudo seria muito diferente”, diz. “Um dia ele me disse que quando for pai quer ser um pai como eu. Acho que isso prova que estou fazendo a coisa certa”.

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