Pela Covid-19, Maranhão inicia 'lockdown' e outros estados analisam a medida

Por Gazeta News

Médicos fazem treinamento no hospital de campanha para tratamento de covid-19 do Complexo Esportivo do Ibirapuera.
[caption id="attachment_198402" align="alignleft" width="305"] Médicos fazem treinamento no hospital de campanha para tratamento de covid-19 no Ibirapuera (SP). Foto: Rovena RosaAgência Brasil.[/caption] Vendo um aumento de casos de infecções pelo novo coronavírus e o limite de leitos em hospitais, o 'lockdown' (bloqueio total) dos serviços não essenciais na Região Metropolitana de São Luís, no Maranhão, entrou em vigor nesta terça-feira, 5. Outros estados analisam adotar a medida. Decretada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) após determinação judicial da última quinta-feira, 30, a medida vale por dez dias na capital, São Luís, e nos municípios Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa. A população deve seguir as medidas de restrição, sob pena de multa.

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A Justiça determinou o lockdown após um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontar que o Maranhão é o estado com maior ritmo de crescimento no número de mortos por Covid-19 no país. Até a noite desta segunda-feira (4), o Maranhão havia registrado 4.530 pessoas infectadas e 271 mortes, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Pelo menos 50 pontos de fiscalização e controle estavam em operação no início da manhã desta terça em quatro municípios, segundo informou o governo do Maranhão. Com o confinamento obrigatório, o movimento na chamada Grande Ilha, que inclui a capital e mais três cidades, foi pacato, e ruas ficaram vazias. Neste primeiro dia, as ações de fiscalização ocorrem apenas com função educativa. Multas e advertências só começarão a ser aplicadas na quarta. Estados que podem adotar 'lockdown' Medidas semelhantes já são avaliadas pelo governo de estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará e também cogitadas pelos prefeitos das capitais paraense, pernambucana e do município paraibano Santa Rita. No Pará, que tem 4.262 casos e 344 mortes, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que se o isolamento não ficasse próximo de 70% até nesta terça-feira, o lockdown seria aplicado em áreas como a capital Belém.

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O sistema de saúde também se aproxima da saturação e a preocupação é que se repita o cenário do vizinho Amazonas, onde caixões de vítimas da covid-19 têm sido empilhados em valas comuns. Países que adotaram o lockdown O lockdown foi praticado em países muito afetados pela doença como Itália e Espanha diante do colapso dos hospitais, mas também foi adotado de forma mais antecipada em países que conseguiram conter a curva de contágio com sucesso, como a Argentina. No Brasil, as medidas de isolamento foram mais frouxas e a adesão vem caindo em áreas como o estado de São Paulo. O estado está prestes a anunciar um plano de reabertura a ser iniciado no dia 11, mas já avisou que isso depende da curva de contágio estar controlada. Sem levar a quarentena a sério, o Brasil pode correr o risco de estender, ao mesmo tempo, as dores da crise de saúde e da economia. Até o início da tarde desta terça-feira, 5, o Brasil somava 110.156 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), com 7.485 mortes. Apesar de São Paulo ser o epicentro, as cidades com maior mortalidade e incidência de casos se concentram no Norte e Nordeste.Com informações da Agência Brasil e G1.