Pelo menos 36 dos 49 mortos em massacre eram hispânicos

Por Gazeta News

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Pelo menos 36 dos 49 mortos no massacre na boate Pulse, no dia 12, eram hispânicos que reiniciaram suas vidas em um local onde se sentiam salvos, longe da homofobia em seus lugares de origem e que permeia a cultura latina.

Quando os nomes das vítimas começaram a ser publicados, via-se entre os mortos sobrenomes como Guerrero, Montero, Reyes e Fernandez. A maioria deles era de Porto Rico, mas também do México, Equador, Venezuela e República Dominicana.

Os amigos do brasileiro Guilherme Gargano, que foram à boate Pulse, eram de Porto Rico. Guilherme, que não saiu naquela noite, relatou, em entrevista ao Gazeta, que a grande preocupação de seus amigos era revelar à família que eram gays e que estavam na boate.

Um casal, por exemplo, era de Porto Rico e recomeçou a vida em Kissimee parar viver sua própria versão do Sonho Americano, longe da homofobia em seu local de origem.

“Agora, a comunidade hispânica e a LGBT, duas amigas improváveis, serão para sempre ligadas por esta tragédia”, disse Carlos Carbonell, um imigrante gay do Panamá que tem uma empresa de software em Orlando.

Em todo o país, pessoas fizerem movimentos em solidariedade aos gays mortos, doando milhões de dólares e iluminando monumentos em vários países, mas pouco foi feito pela comunidade latina. Muitos familiares das vítimas nem falavam inglês e tiveram dificuldade em acompanhar o que estava acontecendo.

“Havia uma mulher que veio (a uma área designada aos familiares das vítimas) e não falava inglês. Estavam lendo alguns nomes e ela disse ‘Graças a Deus meu filho está vivo!’”, disse Eddie Meltzer, presente no local. “E eu tive que dizer, ‘Me desculpe senhora, mas essa é a lista dos que morreram’”.

A mulher então começou a bater nele e a dizer que ele estava mentindo. Muitos desses pais, segundo Meltzer, nem queriam pensar no fato de seus filhos estarem em uma boate gay.

Na semana passada, líderes latinos criaram a campanha de arrecadação e conscientização “Somos Orlando”. Para mais informações, visite: www.somosorlando.info. Com informações do Sun Sentinel.