Sou um desenhista e escritor que respeita a inteligência de meus leitores, portanto resolvi não replicar as questões desfavoráveis apresentadas pelo recém aprovado novo Código Florestal brasileiro, que ocorreu na Câmara dos Deputados, em Brasília. Um documento que apresenta contrariedades, podendo afetar profundamente o meio ambiente no Brasil.
Acredito que o código foi redigido a partir de uma visão padronizada dos biomas brasileiros, sem considerar que o comportamento de um ecossistema na Amazônia é diferente em comparação ao Cerrado e à Mata Atlântica. Independente das propostas técnicas e empíricas, o descontentamento sobre o documento atingiu a população brasileira.
Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, na qual entrevistou 1.286 brasileiros, foi revelado que a opinião dos eleitores não foi considerada na aprovação do novo código que segue no Senado. De acordo com a pesquisa, 85 % dos entrevistados defendem que a nova legislação deve proteger as nossas florestas, mesmo que ocorram limitações ou adaptações à produção agropecuária.
Caso o novo código também seja aprovado no Senado, 83% apoiariam um veto presidencial de nossa chefe, principalmente, sobre a anistia prevista aos desmatamentos ilegais. De cada 10 eleitores entrevistados, oito não votariam em um deputado ou senador favorável a essa medida de anistia.
Os 1.286 entrevistados ouvidos foram pessoas de todas as classes sociais e regiões do Brasil, as entrevistas foram realizadas no período de 3 a 7 de junho, sob encomenda das instituições: Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil.
A entrevista revela um desencontro entre a opinião dos eleitores e a postura de voto e veto de seus representantes, nesse caso, os deputados federais. Caso a nova legislação retorne do Senado para a Câmara, muitos deputados se sentirão impulsionados a reverem suas decisões.
Por enquanto, esperamos que o Senado e a presidência da República do Brasil ouçam a opinião dos brasileiros, afinal, o meio ambiente não pertence somente aos Três Poderes, mas ao povo e, sobretudo, ao planeta biológico.
