Apesar do susto e impacto causados pelas “ruas”, novos escândalos surgem a cada dia. Ocasionados por políticos ou detentores de alguma função ou poder. Claro, sempre com a certeza - para eles - da impunidade. O mais recente exemplo desses escândalos, mostra até onde vai o descaro e a petulência de um cidadão para se apegar a um cargo público. Não só pelo polpudo vencimento, mas, também, o de abiscoitar “puder”, como sempre diz José Sarney, o criador e padrinho do nefasto Raimundo Carreiro, ministro do Tribunal de Contas da União.
Raimundo Carreiro, também conhecido como “Mosca-Morta”, é natural de São Raimundo das Mangabeiras (MA), onde foi vereador e de lá içado por Sarney (personagem principal do livro Honoráveis Bandidos) a diretor-Geral do Senado. Ungido por Sarney e mesmo não sendo possuidor dos requisitos necessários para a nomeação, como idoneidade moral e reputação ilibada, notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública e mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior, foi por Lula, nomeado há seis anos para o Tribunal de Contas da União (TCU), E, de lá para cá, o ministro “Mosca-Morta”, sem truque de beleza ou matemática, conseguiu “envelhecer” só quatro anos . Depois de assumir o cargo, conseguiu, FRAUDULENTAMENTE, na Justiça mudar sua data de nascimento de setembro de 1946 para setembro de 1948 e, assim, esticar em dois anos a permanência naquele Tribunal, tido como o “céu” de políticos e servidores públicos em fim de carreira. A manobra adia a aposentadoria do ministro, obrigatória aos 70 de idade, e lhe assegura a posse na presidência do tribunal no biênio 2017-2018, em detrimento de colegas merecedores de tal benesse.
A decisão que “rejuvenesceu” o ministro “Mosca-Morta” foi obtida na Comarca de São Raimundo das Mangabeiras, município do interior do Maranhão em que cresceu, foi vereador e se tornou influente. Para remoçar dois anos, Carreiro mostrou à Justiça certidão FALSA de batismo da Igreja de São Domingos do Azeitão, lugarejo vizinho a Benedito Leite, onde veio ao mundo. Preenchido à mão e de difícil leitura, o documento registra o nascimento de “Raimundo”, filho de Salustiano e Maria, em 6 de setembro de 1948, e não nos mesmos dia e mês de 1946, como no registro civil original do cartório.
Antes de ir para o Tribunal, em março de 2007, “Mosca-Morta” se aposentou no Senado usando a idade antiga, ou seja, aos 60 anos contados de 1946, e salário integral. Deixou a secretaria-geral da Mesa do Senado para ser empossado no TCU. A remuneração bruta alcança, hoje, R$ 44 mil, ilegal, pois está acima do teto legal.
Em 2008, já aposentado, Carreiro recorreu à Justiça para “corrigir” a confusão. Desta vez, lhe interessava comprovar a data de nascimento de 1948.
A fraude do documento é tão gritante, que com a nova certidão, a irmã mais velha de Raimundo Carreiro, é, agora, apenas três meses mais velha do que ele.
Pergunta-se: como entregar nas mãos de Raimundo Carreiro, além da administração da estrutura do Tribunal, um orçamento anual de R$ 1,5 bilhão? Não seria o mesmo que entregar um galinheiro aos cuidados de uma RAPOSA?