Performance com artista nu e criança em São Paulo gera polêmica

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_153845" align="alignleft" width="300"] O premiado artista Schwartz trabalha há quase 20 anos com coreografia. Foto: Divulgação.[/caption]

A performance de um artista nu no Museu de Arte Moderna (MAM), no Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo, tem gerado polêmica nas redes sociais. Um vídeo que viralizou no Facebook mostra quando uma criança de aproximadamente quatro anos toca no pé e mão do homem na sala onde pessoas observavam e despertou críticas de movimentos políticos e sociais na internet.

A apresentação do artista Wagner Schwartz ocorreu em um único dia, na terça-feira, 26, na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira, tradicional exposição bienal que aborda a arte no país e propõe reflexão sobre a identidade brasileira. Segundo o MAM, o evento era aberto a visitantes que estivessem no local e havia sinalização sobre a nudez na sala onde a performance ocorria.

De acordo com o MAM em comunicado, o público presente na performance era formado essencialmente por artistas e, uma das pessoas que prestigiou a apresentação foi a performer e coreógrafa Elisabeth Finger acompanhada da filha. O vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que Schwartz está deitado, e mãe e filha, tocam seus pés.

Críticas

As críticas contra e a favor do espetáculo não demoraram a acontecer. O Movimento Brasil Livre (MBL) divulgou um vídeo nas redes sociais em que chama a apresentação de “repugnante”, “inaceitável”, “erotização infantil”, “afronta”, “crime”, e afirma que a criança “se sentiu constrangida”. O grupo acrescenta que o vereador Fernando Holiday (DEM) vai “tomar as providências sobre o caso da criança induzida a ato libidinoso”.

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) chamou os envolvidos de "canalhas" e categorizou a atividade como "pedofilia". O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) considerou as cenas "revoltantes" e os envolvidos "destruidores da família".

O MAM emitiu comunicado dizendo que a sala estava "devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística". O museu também afirmou que “o trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark”.

"Importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais não apresenta este contexto e não informa que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada e supervisionada por sua mãe", diz a nota.

La Bête

A performance chamada “La Bête” foi inspirada em um trabalho de Lygia Clark. “Bichos” é considerada a obra viva da artista, pois sua intenção era de que a arte ultrapassasse os limites da superfície de um quadro. A série de esculturas com dobradiças permite que o espectador se torne figura atuante na obra, e foram construídas com formas geométricas para que não se parecessem animais, mas que permitissem uma visão livre do que a peça representava.

Em “La Bête”, o premiado artista Schwartz, que trabalha há quase 20 anos com coreografia, manipula uma réplica de plástico de uma das esculturas da série e se coloca nu, vulnerável e entregue à performance artística, convidando o público a fazer o mesmo com ele.

No vídeo, a criança toca a mão e o pé do artista, acompanhada de sua mãe. Com informações do G1.