O chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal na Bahia, André Costa de Mello, admitiu na manhã desta segunda-feira, 10, que a fiscalização de estrangeiros que chegam ao Aeroporto Internacional de Salvador foi intensificada na semana passada, após grupos de brasileiros terem sido impedidos de desembarcar no Aeroporto Internacional de Barajas, em Madri. Desde a semana passada, doze espanhóis, um italiano e um norte-americano foram repatriados ao chegar à capital baiana.
Até então, Mello descartava a tese que a repatriação de estrangeiros estivesse ligada aos casos de brasileiros retidos na capital espanhola. Ele alegava que o crescimento no número de casos - em média, o aeroporto de Salvador registrava seis por mês - era fruto de "uma coincidência."
Mello destacou que na sexta-feira, 7 - um dia depois de sete espanhóis terem a entrada no Brasil negada por agentes da PF em Salvador -, recebeu manifestação de apoio da Divisão de Controle de Imigração da PF, que avisou que ampliaria a determinação de fiscalizar com maior rigor a entrada de estrangeiros no País aos demais aeroportos nacionais. Ele nega, porém, que esteja ocorrendo abusos nas revistas.
"Não sei como está a fiscalização nos outros aeroportos internacionais do Brasil, mas em Salvador estamos apenas cumprindo as leis de imigração", garante.
De acordo com ele, o primeiro caso de repatriados, quando sete espanhóis foram impedidos de entrar no Brasil, na noite de quinta-feira, 6, foi causado porque eles não apresentaram condições financeiras ou comprovantes de hospedagem para permanecer no País.
Já na noite do sábado, 8, cinco espanhóis - Antônio Baneztur, David Muñoz Garcia, Eloy Francisco Diaz Fernandez, José Ramon Alcobar Fierro e Paulo Pardon Ramon - e um italiano, Luca Savino, foram barrados no aeroporto por não apresentarem passagem de volta. Dois dos espanhóis repatriados estavam na primeira classe do vôo UX-083, da Air Europa, que pousou na capital baiana, procedente de Madri, pouco depois das 21 horas.
"O que ocorre é que, antes, os agentes de imigração acabavam facilitando a entrada de estrangeiros", argumenta Mello. "Agora, pelo menos em Salvador, não estamos abrindo mais concessões. Ou o passageiro cumpre todos os requisitos previstos nas leis, ou vai ser repatriado."

