Piloto americano casado com brasileira está preso em Omã por dívida de quase US$45 mil

Por Marisa Arruda Barbosa

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[caption id="attachment_162824" align="alignleft" width="349"] Foto: arquivo pessoal,.[/caption] A paulista Shamirah Franco, que vive em Cape Coral, está acostumada a ficar meses longe do marido, que é piloto internacional. Mas foi surpreendida por um telefonema de seu marido no começo do mês, dizendo que estava preso em Omã. No começo, nem Steven Bral, que havia parado no país em uma escala internacional para transportar um avião de Ruanda para a Arábia Saudita, entendeu por quê estava sendo detido. Depois eles foram informados que ele só será solto quando saldar uma dívida de $44.600 dólares. Steven, de 58 anos, é piloto internacional e viveu em Omã em 2012, quando trabalhou na Omã Air. Enquanto vivia lá junto com Shamirah e três filhos, ele comprou um carro e devia $10 mil dólares, mas teve que deixar o país quando perdeu o trabalho, apenas seis meses depois. No entanto, a lei de Omã requer que todo o estrangeiro pague todas as dívidas antes de deixar o país. “Quando chegamos em Mascate, Omã, em 2012 ele comprou um carro, pois lá é como aqui, não tem como fazer nada sem carro”, explica Shamirah. “Moramos lá de agosto a dezembro de 2012, porque ele foi despedido. Ele conseguiu emprego na Lion Air, na Indonésia, e nos mudamos para lá para um contrato de dois anos. Vivemos muito pouco tempo em Omã para entender essas leis”. Agora Shamirah entende que o país não admite nenhuma dívida. Omã é um país muçulmano que segue a lei Sharia. “Eles não admitem dívidas”, explica. “Steven continuou pagando a dívida em Omã depois que nos mudamos para a Indonésia. Ele enviou os pagamentos por transferência até maio de 2013, quando o banco parou de se comunicar. A dívida total não passou de $15 mil dólares na época do empréstimo, mas depois desse tempo todo eles estão cobrando juros e outras taxas, e na conversão, o total agora chega a $44.600 dólares. Nós não temos esse dinheiro”. Shamirah relata também que quando tiveram que se mudar de Omã, sua família acumulou várias dívidas pelo emprego que não deu certo. “Imagine, ele teve que comprar as passagens da família toda, tivemos que pagar adiantado o aluguel de um ano inteiro na Indonésia, de acordo com as leis de lá, além de outros gastos. As pessoas acham que pilotos são ricos, mas não é bem assim. Virou uma bola de neve. E nós tivemos que ir embora de Omã porque perdemos o visto”. No momento, Steven estava trabalhando em Ruanda, na Ruanda Air. Ele trabalhava por dois meses, e vinha para casa em Cape Coral por duas semanas. Depois de levar o avião para a Arábia Saudita, ele acabou preso porque seu nome estava no sistema. Segundo Shamirah, Steven está preso em uma cadeia local para pessoas com dívidas, mas estão querendo transferi-lo para uma prisão junto com criminosos. “A cela em que ele está agora é pequena e o chão é de concreto. Ele está dormindo no chão e comendo com a mão. “Ele viu pessoas sendo torturadas, mas por ser americano ele acredita que tenha uma proteção maior. Mesmo assim ficamos muito assustados”, explica Shamirah, que vive com os filhos do marido na Flórida. Arrecadação Shamirah e a família de Steven estão se comunicando para tentar arrecadar o valor para a libertação do piloto. A brasileira trabalha com limpeza há alguns meses e diz que tem $4 mil dólares juntados. Uma campanha no GoFundMe já arrecadou $11.590 dólares. “O irmão do Steven é policial em Omaha, na Nebraska, e também está se mobilizando. Seu pai, de 85 anos, está arrasado porque não conseguiu um empréstimo no banco. “Todos estão se mobilizando, mas ninguém tem esse valor”. A esperança de Shamirah é um amigo de Steven em Omã, que conseguiu um advogado para ajudá-lo e irá tentar negociar a dívida com o banco. Para fazer doações na página do GoFundMe, visite: www.gofundme.com/32hx84ak