Piscinas públicas são alvo de preocupação

Por Gazeta Admininstrator

A manutenção inadequada de pis-cinas públicas tem se tornado uma crescente preocupação das autoridades públicas, que temem a disseminação de germes e parasitas causadores de doenças.

Nada descreve melhor o estilo de vida do Sul da Flórida do que as piscinas, um oásis tropical do qual é possível desfrutar praticamente o ano inteiro. Mas centenas de piscinas são fechadas, anualmente, por apresentarem parasitas, bactérias e outros fatores de risco que podem causar sérias doenças.

No ano passado, piscinas e spas em complexos de apartamentos, hotéis e health clubs foram fechados 2.516 vezes por apresentarem algum tipo de risco à saúde da população. O número recorde foi 44% superior ao verificado no ano passado.

Autoridades de saúde dizem que a população precisa entender que a falta de manutenção adequada oferece riscos à saúde.

- Quando entramos em uma piscina, é como se estivéssemos todos entrando em uma banheira juntos. Por isso deveríamos saber de que forma ela é mantida – diz Michel Hlaysa, epidemiologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta.

Cerca de uma em cada seis inspeções realizadas nos condados de Broward e Palm Beach, em 2007, resultou em interdição, de acordo com inspetores de saúde da Flórida. A grande maioria das interdições aconteceu em complexos de apartamentos ou em piscinas comunitárias administradas por associações de proprietários.

As inspeções constataram a existência de algas conhecidas como “andtadpoles”. A maioria das reclamações encaminhadas aos departamentos de saúde diz respeito à existência de resíduos de fezes na água.
Até mesmo piscinas que aparentam estar limpas podem conter patógenos causadores de problemas gastroentestinais. O parasita Cryptosporidium, por exemplo, responsável por causar problemas de pele, é resistente ao cloro.
Algumas piscinas interditadas pelos inspetores de saúde, no entanto, não foram tratadas com cloro ou desinfetante. Em outros casos, tinham água com qualidade ruim, ou equipamentos de circulação de água quebrados. Sem esses recursos, a água pode tornar-se um terreno fértil para germes que podem causar o que os agentes de saúde chamam de “doenças de recreação na água”, tais como diarréia severa, problemas respiratórios e de pele, e infecções de olhos e ouvidos.

Um relatório federal, divulgado recentemente, mostra que houve uma elevação das queixas encaminhadas aos Centros de Prevenção de Controle de Doenças, entre 2005 e 2006, relacionadas às doenças de recreação na água. A Flórida apresenta o terceiro maior número de casos, totalizando 233, e incluindo uma morte. A vítima fatal foi uma senhora de 82 anos, que os médicos acreditam tenha contraído doença Legionária, em um spa em um hotel na costa de Daytona Beach.

Na Flórida, qualquer piscina, que não seja de uma residência privada, ou de um complexo com não mais do que cinco unidades habitacionais, tem que ter licença de funcionamento. As piscinas têm que ser inspecionadas, pelo menos, duas vezes por ano, e atender às exigências de segurança e limpeza do estado.

Em Broward, as inspeções dobraram, desde 1998, chegando a 12.600, e os ins-petores têm observado uma percentagem cada vez maior de piscinas com manutenção inadequada.

Cerca de 28% das piscinas de Broward não passaram nas inspeções, ou receberam pontuação considerada insatisfatória, no ano passado. Há uma década, o índice de “reprovação” era de 20%.
Em Palm Beach, onde foram realizadas 7.785 inspeções, no ano passado, foram “reprovados” cerca de 14%. Há dez anos, o índice era de 7%.
O Departamento de Saúde da Flórida tem o poder de multar aqueles que não atendam às exigências da lei. No entanto, as multas não são aplicadas com freqüência, em parte porque os inspetores desig-nados para determinar a interdição das pis-cinas não têm autoridade legal para emitir citações e multas.

O assistente do Bureau of Water Programs, Bob Vincent, diz que trabalhar diretamente com os proprietários a fim de resolver os problemas, ou fechar as piscinas, é mais eficiente do que emitir multas. Robert Cummings, encarregado do programa de piscinas públicas, no condado de Palm Beach, diz não lembrar de emissões de multas em sua jurisdição em seus 22 anos no cargo.

No condado de Broward, no entanto, que reúne o maior número de piscinas públicas do estado, um total de 4,8 mil, 27 responsáveis por piscinas foram multados nos útlimos dois anos.

Em 2005, o responsável por um pequeno hotel em Fort Lauderdale, pagou multa de $1,688 depois que a piscina de seu estabelecimento foi reprovada duas vezes na inspeção sanitária, no mesmo ano.