Planalto defende atuação de Lula no caso Vasconcellos

Por Gazeta Admininstrator

O Palácio do Planalto divulgou uma nova nota defendendo a atuação do presidente Luiz Inácio Lula no desaparecimento do engenheiro João José Vasconcelos Júnior no Iraque, depois que a família acusou o presidente de ter se omitido no caso.
"Desde que foi divulgado, em 22 de janeiro de 2005, o seqüestro do engenheiro brasileiro no Iraque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva empenhou-se com determinação na elucidação do caso e mobilizou toda a estrutura do governo para essa tarefa", afirma o comunicado divulgado pela Secretaria de Imprensa e pelo Porta-Voz da Presidência da República.

O Itamaraty já havia divulgado uma nota na terça-feira relacionando as iniciativas tomadas pelo governo no ano que passou desde que Vasconcellos desapareceu depois que o veículo em que estava sofreu uma emboscada na cidade de Baji, na área de intensa atividade rebelde conhecida como Triângulo Sunita.

Mas familiares do funcionário da construtora Norberto Odebrecht disseram que Lula poderia ter feito mais para solucionar o caso.

"Acho que o presidente esqueceu que era um brasileiro que estava lá fora. Nós pedimos desde o início que o presidente fizesse um apelo público e ele não fez", disse a irmã do engenheiro, Isabel Vasconcelos.

Isabel ressaltou que todos os líderes de países que tiveram cidadãos seqüestrados no Iraque, como Austrália, China, França e Itália, vieram imediatamente a público para pedir que eles fossem libertados.

Iniciativas

A nota divulgada nesta quarta-feira relaciona iniciativas diplomáticas tomadas pelo presidente e pelo ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, na tentativa de esclarecer o caso.

São citados contatos de Lula e de Amorim com líderes de países árabes e o envio de representantes à região a fim de pedir colaboração no esclarecimento do caso.

"O governo brasileiro respeita a dor dos familiares de João José Vasconcellos Júnior e continua empenhado nas buscas com persistência e determinação, somando esforços com a empresa Norberto Odebrecht e as nações amigas do Oriente Médio", diz a nota.

Isabel Vasconcellos não tem mais esperanças de que o irmão esteja vivo. "Quem tem de declará-lo morto é o governo brasileiro e a empresa, porque a família só vai reconhecer a morte dele quando aparecer o corpo. A nossa posição é de que o governo tem de continuar as buscas."

Já o filho de João José, Rodrigo, afirma que ainda tem esperanças de seu pai ser encontrado com vida, sentimento partilhado pela mãe, Maria Tereza de Oliveira Vasconcelos, e pelo avô, pai do engenheiro.

"A minha mãe e meu avô são os mais esperançosos. Meu avô me surpreende", disse Rodrigo.

Segundo ele, a rotina de Maria Tereza, casada há 27 anos com o engenheiro, mudou completamente depois do desaparecimento do engenheiro.

"Em 2005 minha mãe parou. Parece que o ano para ela não correu. Ela cortou todas as atividades que ela tinha, todos os contatos com as amigas, ficou em casa praticamente o ano inteiro."

Psicóloga, Maria Tereza ainda não retomou a vida profissional, que interrompeu logo após o desaparecimento do marido, e suspendeu os estudos de uma pós-graduação que estava fazendo.