Plano de imigração divulgado por Bush deixa americanos e mexicanos divididos.

Por Gazeta Admininstrator

O novo plano, divulgado pelo presidente George W. Bush, nesta segunda-feira(15), que tem como objetivo o combate a imigração ilegal nos EUA provocou reações variadas tanto nos Estados Unidos como no México.

Os vários democratas norte-americanos afirmaram que irão dar seu apoio. Entretanto, alguns conservadores disseram que o presidente não foi longe o suficiente.

Bush pretende enviar 6000 membros da Guarda Nacional para aumentar a vigilância na fronteira com o México, e ainda apresentou outros pontos para reformas na imigração do país, uma questão que, para ele gerou "intensas emoções".

Além de aumentar a segurança nas fronteiras, Bush afirmou que vai implantar um sistema de vistos temporários para trabalhadores convidados, além de permitir que imigrantes ilegais consigam a cidadania americana.

Para alguns analistas o presidente norte-americano está tentando agradar os lados opostos do debate sobre imigração: os republicanos conservadores e o crescente número de latinos dos Estados Unidos.

No Congresso, onde estão sendo discutidas as reformas na legislação, as reações variaram entre o entusiasmo e a rejeição.

De acordo com o senador Edward Kennedy, "a guarda nacional já está trabalhando no limite por conta das campanhas no Iraque e no Afeganistão, além de providenciar assistência em desastres em seus próprios Estados".

Reações no México

O plano também obteve reações céticas no México e em alguns Estados na fronteira.

"O presidente está botando o ônus nos governadores (dos Estados) da fronteira para decidir os detalhes e resolver os problemas deste plano", disse o governador do Novo México, Bill Richardson.

O governador da Califórnia, o republicano Arnold Schwarzenegger, aprovou o reforço na segurança na fronteira, mas disse que ainda está preocupado porque trata-se apenas de uma solução temporária.

No discurso realizado em cadeia nacional, Bush se referiu à preocupação expressa pelo presidente mexicano, Vicente Fox, afirmando que não iria "militarizar a fronteira".

Entretanto, em nota divulgada, o Ministério do Exterior do México disse: "Temos que expressar nossa preocupação por que essas ações não vêm acompanhadas por progresso suficiente no processo legislativo".

Estima-se que existam 11,5 milhões de imigrante ilegais nos Estados Unidos, cerca de metade seriam de origem mexicana.

Objetivos

Durante o pronunciamento de segunda-feira, o presidente Bush explicou ponto por ponto seu plano.

O primeiro é garantir a segurança da fronteira do país. O número de oficiais de segurança de fronteira vai aumentar em 6000, elevando o total para 18 mil.

Soldados da Guarda Nacional serão remanejados para a região até que novos policiais de fronteira sejam treinados, mas estes guardas não vão aplicar a lei diretamente.

Novas Barreiras e medidas

Novas cercas com tecnologia avançada, estradas para as patrulhas de fronteira e sensores de movimentação serão instalados. A Casa Branca vai tomar providências para torna-se mais rápida a deportação, tais como: o aumento do número de camas em centros de detenção e aceleração de procedimentos legais.

Um programa de trabalho temporário vai permitir aos "imigrantes honestos" empregos para os quais as empresas não conseguirem contratar norte-americanos para realizarem. Os trabalhadores deverão retornar para seus países de origem depois de um tempo específico.
Novos cartões de identidade para trabalhadores estrangeiros legais, para incluir tecnologia biométrica, seriam introduzidos para garantir que empregadores possam verificar que estão contratando trabalhadores legalizados.

A chance de conseguir a cidadania para imigrantes ilegais, Bush disse que esta "não seria uma anistia", mas uma forma "racional no meio do caminho entre assegurar cidadania automática para cada imigrante ilegal e um programa de deportação em massa".

Bush confirmou que o candidato teria que pagar uma multa por desrespeitar a lei, pagar impostos, aprender inglês e teria que esperar por sua chance depois dos imigrantes legalizados.

O plano também quer encorajar os imigrantes a assimilarem a cultura, a aprenderem o inglês e "adotarem nossa identidade comum como americanos", disse Bush.

A questão da imigração gerou debate e polêmica nos EUAs e está entre as prioridades na pauta do governo, pois os republicanos tentam manter o controle no Congresso nas eleições de novembro.