Amigo de craques do futebol, o argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, sempre agiu nas sombras do futebol, mas se tornou conhecido nos últimos dias, por chefiar um esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo. Fofana foi preso no dia 1º, no Rio de Janeiro, pela Operação Jules Rimet. As informações foram divulgadas pelo “Fantástico”.
Segundo a polícia, o esquema funcionava há quatro Copas. Lotes de ingressos eram vendidos por valores que variavam entre R$ 500 mil e R$ 700 mil - com uma margem de lucro de até 1000%.
Com autorização da Justiça, a polícia grampeou diversas linhas telefônicas usadas por Fofana. Numa das conversas grampeadas, Fofana negociava a venda de 50 ingressos da categoria 1, a melhor localização no estádio, para a final da Copa, no Maracanã. A transação somava $750 mil dólares.
Responsável pela investigação, o delegado da Polícia Civil Fábio Oliveira Barucke afirma que Fofana tinha livre acesso a áreas restritas, incluindo o hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde estão hospedados os dirigentes da Fifa.
Segundo a polícia, o empresário argelino fez pelo menos 900 ligações nos últimos dois meses para um celular da federação.
Já no dia 7, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Raymond Whelan, diretor-executivo da Match Services, empresa que tem contrato de exclusividade com a Fifa para comercialização de bilhetes do Mundial até 2023. Hospedado no Copacabana Palace, o executivo ficou apenas um dia preso. Ele foi solto após pagar fiança, no valor de R$ 5 mil, e entregar seu passaporte. Porém, segundo a polícia, o inglês segue respondendo por associação criminosa e por desvio e distribuição ilegal de ingressos.
Outras oito pessoas também haviam sido presas na semana passada, suspeitas de integrarem a quadrilha. Com os suspeitos, foram apreendidos ingressos fornecidos como cortesia a patrocinadores e a Organizações Não Governamentais (ONGs).