Polícia Federal realiza operação de combate à imigração ilegal para os EUA

Por Gazeta News

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 20, em São Paulo a operação Big Five, para desarticular esquema de exploração e envio de imigrantes ilegalmente para os Estados Unidos. Segundo o boletim divulgado pela Polícia Federal, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo. De acordo com as autoridades, estrangeiros domiciliados em São Paulo estariam liderando organização criminosa voltada à prática de migração ilegal de diversas pessoas para os EUA. Aumento no fluxo de crianças na fronteira sul desafia sistema de imigração dos EUA A investigação sobre o esquema teve início em julho de 2018, após cooperação policial internacional entre autoridades brasileiras e o U.S Immigration and Customs Enforcement (ICE). "Por meio de cooperação jurídica internacional e interceptação telefônica e de e-mails, dentre outras medidas investigativas, apurou-se que o grupo criminoso providenciava passaportes e/ou vistos brasileiros falsos em países da África Oriental, de onde partiam os migrantes ilegais com destino a São Paulo/SP. Aqui eles eram recebidos pela organização criminosa, tinham seus passaportes retidos, realizavam câmbio e permaneciam hospedados em hotel na região central. Depois, seguiam para Rio Branco/AC, de onde atravessavam a fronteira com o Peru e prosseguiam por via terrestre (ônibus, barco, carona e a pé) até a fronteira do México com os EUA", explica a nota. Para a PF, os indícios apontam que o grupo que agia em São Paulo centralizava e detinha pleno domínio de toda a rota, por meio de contato com outros integrantes em todos os países e continentes envolvidos. Dentre os migrantes enviados ilegalmente aos EUA, estão dois somalis suspeitos de terrorismo e ora presos nos EUA, tendo eles permanecido dias em São Paulo e no Acre antes de prosseguirem suas jornadas. Operação do ICE contra imigração ilegal prende mais de 280 em empresa do Texas Também se identificou que um dos membros da organização criminosa detinha na sua página em rede social a divulgação de símbolos e personagens nazistas. No decorrer da Operação foi identificada uma mesquita em São Paulo capital, onde um dos investigados assediava migrantes ilegais e, também, um hotel onde os migrantes eram mantidos pela organização criminosa, antes de prosseguirem viagem aos EUA. Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de contrabando de migrantes (qualificado pela submissão a condições desumanas e degradantes), organização criminosa, falsificação de documento público e divulgação do nazismo, com penas de 3 a 8 anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação, segundo a PF.