Polícia usa canhões d'água contra manifestantes em Gaza

Por Gazeta Admininstrator

A polícia israelense usou canhões de água para dispersar manifestantes judeus que protestaram contra a retirada dos assentamentos na Faixa de Gaza bloqueando o tráfego na principal estrada de Israel nesta quarta-feira.
Dezenas de jovens invadiram a estrada de seis pistas, no início de um protesto nacional planejado previamente para pressionar o governo do primeiro-ministro Ariel Sharon, que planeja retirar todos os 21 assentamentos de Gaza e outros quatro da Cisjordânia a partir de agosto.

Anteriormente Sharon dissera que os que tentam impedir a retirada militar serão tratados com o que ele chamou de "mão de ferro".

Os manifestantes espalharam pregos e óleo sobre a pista da principal estrada entre Tel Aviv e Jerusalém.

Segundo a polícia, pelo menos 20 carros sofreram estragos, mas não ocorreu nenhum acidente. O trânsito perto do aeroporto internacional Ben Gurion foi prejudicado.

Confronto com Exército

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Na Faixa de Gaza, jovens militantes da direita nacionalista ocuparam casas palestinas abandonadas perto do assentamento de Shirat Hayam, numa tentativa de criar uma região fortificada para evitar a expulsão pelo Exército.

Soldados foram enviados ao local para retirar os militantes, que também apedrejaram palestinos – oito ativistas foram presos.

Os palestinos reagiram também com pedras e houve um breve confronto, interrompido com disparos para o alto dos soldados de Israel.

Os jovens trocaram socos e pontapés com os militares, na tentativa de resistir à prisão.

Os episódios aconteceram horas antes de um protesto em que os ativistas contrários à retirada planejam bloquear as principais estradas israelenses.

Um ato semelhante no mês passado congestionou as principais vias e resultou na prisão de centenas de pessoas.

Os organizadores dizem que esperam causar desta vez no mínimo os mesmos inconvenientes produzidos do mês passado.

A polícia de Israel disse ainda ter prendido nesta quarta-feira alguns ativistas que tinham planos de sabotar serviços de fornecimento de água, eletricidade e telefone.

Na terça-feira, o primeiro-ministro Ariel Sharon advertiu os opositores da retirada da Faixa de Gaza a não praticar violência ou continuar com o que ele chamou de comportamento "selvagem".

Hezbollah

Em outros desdobramentos, um soldado israelense foi morto em confrontos com o grupo guerrilheiro Hezbollah, na região da fronteira entre Líbano, Síria e Israel.

Integrantes do grupo libanês bombardearam várias posições do exército israelense na área, conhecida como Fazenda de Shebaa.

Em resposta, o exército israelense bombardeou áreas em torno de vários vilarejos e lançou bombardeios aéreos no sul do Líbano. Segundo um oficial israelense, o alvo eram posições do Hezbollah.

A região foi tomada da Síria por Israel em 1967, mas é hoje reclamada pelo Líbano, com o apoio sírio.

As Nações Unidas (ONU) decidiram que a área pertence à Síria e dizem que seu destino está ligado às Colinas de Golã ocupadas, o que é alvo de uma outra resolução da ONU que ordena que os israelenses deixem a área.