Uma lei federal, assinada em 1996, determinando o treinamento de policiais no combate à imigração ilegal vem sendo aplicada com grande rigor nos últimos meses.
As prisões, que cabiam apenas à esfera federal, agora estão sendo aplicadas por agentes locais de 23 estados norte-americanos. Entidades e organizações que defendem os direitos dos imigrantes estão se unindo no sentido de evitar que isso tome proporções maiores. A lei, além de exigir treinamento dos policiais, possui um ítem que os habilita a fazer as prisões, que eram de dereito ape-nas da alçada federal. O número de agentes locais, treinados pelo Departamento de Imigração, é 3 vezes maior do que em 96, quando a lei foi criada. O programa de treinamento teve início em abril de 2003.
Segundo informações do próprio Departamento, 500 policiais já receberam treinamento e estão aptos a prender imigrantes ilegais. Até o momento eles já rea-lizaram mais de 26 mil prisões. Os dados foram apresentados por um porta-voz da Imigração, Carl Rusnok.
Já na fronteira dos Estados Unidos com o México, os policiais locais estão usufruindo de um fundo no valor de $12 milhões, valor este destinado a patrulhas anti-terroristas, sob supervisão constante da Imigração. Esta ação é chamda de “Operação Stonegarden”.
Enquanto a Reforma Migratória fica empacada em Washington, somente este ano, oito estados norte-americanos introduziram leis para combater a imigração ilegal. O governo do Texas está tentando aprovar uma lei que autoriza os policiais a notificarem a Imigração quando um ilegal for processado por algum crime, mesmo que seja pequeno. A diretora de políticas imigratórias, Ann Morse, disse que “a tendência é que este tipo de lei se aplique nos estados ainda não alcançados”.
Já Nestor Rodriguez, diretor do Centro de Pesquisas para Imigração, da Universidade de Houston, disse que “ao dar autonomia de imigração para os policiais locais, pode ocorrer abuso de poder, incluindo discriminação racial e detenções sem justificativas”.
Ele conclui seu raciocínio argumentando que está preoupado não com o que a polícia pode fazer e sim “com o que as pessoas possam sentir diante disso. Tenho certeza de que latinos legais se sentirão perseguidos pela polícia o tempo todo”.

