Polícias Civil e Militar entram em confronto em São Paulo. Assista ao vídeo

Por Gazeta Admininstrator

Os policiais civis que entraram em confronto na tarde desta quinta-feira com a Polícia Militar nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes - sede do governo do Estado se organizam para voltar ao ponto de partida da manifestação, em frente ao estádio do Morumbi (zona oeste de São Paulo). A intenção dos policiais civis - em greve há um mês - era pressionar o governo a retomar as negociações e, para isso, pretendiam ser recebidos no Palácio. Eles planejam realizar uma assembléia para decidir se continuam a tentar se aproximar da sede do governo.

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A ordem recebida pela Polícia Militar era impedir que a passeata --com cerca de 2.000 policiais-- se aproximasse da sede do governo. A marcha era escoltada por policiais de dois grupos de elite da Polícia Civil --GOE (Grupo de Operações Especiais) e Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos)-- que tentaram impedir a subida dos grevistas à sede do governo, bloqueando as vias com as motos da polícia.

Por volta das 16h, a PM entrou em confronto com os policiais civis. Foram usadas bombas de efeito moral (gás lacrimogêneo), balas de borracha e a cavalaria para conter os policiais. Ao menos três pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas a unidade do Morumbi do Hospital Albert Einstein, que fica nas proximidades do Palácio. O hospital informará mais tarde o total de feridos atendidos.

Carros da Polícia Civil, usadas pelos grevistas no embate com a PM, ficaram danificados com estilhaços das bombas de efeito moral e também com as balas de borracha.

"Tentaremos reagrupar [os manifestantes] e conversaremos com o grupo e aí sim decidiremos sobre continuar ou não [o protesto]", disse André Damer, diretor da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo), uma das entidades organizadoras do protesto.

Por volta das 17h, o clima entre os policiais era mais calmo, no entanto, a tropa de choque e a cavalaria permaneciam posicionadas na rua Padre Lebret, nas proximidades do Palácio, para evitar a aproximação dos policiais civis.

Clima

Por volta das 15h, as lideranças do movimento anunciaram aos manifestantes que o governo havia concordado em receber uma comissão dos grevistas no Palácio, o que acirrou os ânimos dos policiais.

A manifestação se aproximava da área do Palácio com dois carros de som, um deles carregando um caixão com a foto do governador José Serra (PSDB) com a frase "aqui jaz o ex-futuro presidente". Desde o início da caminhada o clima era tenso, com muito policiais civis exaltados e armados.

Sem acordo

Em evento no início da tarde no Memorial da América Latina, o governador voltou a reafirmar a posição do governo em relação ao movimento --com greve não há acordo.

"Gostaríamos de um acordo, mas com greve o acordo não é viável. Negociações em greve não são viáveis. O governo fez sua proposta clara, está disposta a mandar para a Assembléia Legislativa dentro das possibilidades existentes", afirmou Serra.