Política econômica não é do Palocci. É do governo, diz Lula

Por Gazeta Admininstrator

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, informou, em entrevista, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de parte da reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, e transmitiu um recado.

"Ele (Lula) afirmou que, apesar dos excessos causados pela crise e do jogo político, as linhas da política econômica serão preservadas. O presidente disse que não vai mudar o rumo e que não haverá sustos na economia. A marca da previsibilidade será mantida". Monteiro Neto contou ainda que Lula, sem citar o nome do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou na reunião que a política econômica atual é um compromisso de governo e não é algo que se possa traduzir em uma única pessoa.

"Acho que o presidente quis deixar claro que as linhas fundamentais da política econômica são do governo e não de uma pessoa só. Lula aproveitou a presença das lideranças empresariais para passar essa posição firme, até inflexível, do governo", avaliou o presidente da CNI.

O presidente do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que o presidente Lula passou claramente o recado de que a política econômica do governo não é do ministro Palocci, e sim do governo Lula.

"Isso é extremamente importante que seja reforçado porque, volta e meia, quando se tenta enfraquecer o ministro Palocci, há sempre tentativas de mudanças na política", afirmou. Gerdau, disse que as denúncias feitas na sexta-feira contra Palocci por seu ex-assessor na prefeitura de Ribeirão Rogério Buratti, não foram temas discutidos hoje na reunião.

Segundo o empresário, não há necessidade de esse grupo que se reúne periodicamente no CNDI discutir especificamente apoios ao ministro ou a sua política, "porque sempre o faz quando se reúne" .

De acordo com Gerdau, como já informaram outros participantes, os temas principais da reunião de hoje foram a regulamentação do Fundo Garantidor das Parcerias Público-Privadas e a agenda mínima entregue pelos empresários ao governo e às principais lideranças políticas.