Política nas redes sociais: os prós e contras dessa realidade político-cibernética

Por Arlaine Castro

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A corrida presidencial é o assunto mais comentado e discutido nesse minuto no Brasil e também em comunidades brasileiras no exterior. Enquanto você lê esse texto, milhares de pessoas estão discutindo online sobre esse ou aquele candidato, sobre as heranças do partido X ou o que tal candidato pensa para o Brasil. Nos últimos meses, a intensa polarização entre a militância das distintas campanhas nas redes sociais vem ficando ainda mais acalorada. Cada qual com o seu ponto de vista, o cenário da política atual reforça a polarização dos eleitores brasileiros que veio mais à tona após as últimas eleições de 2014. Mas, afinal, quais os prós e contras dessa nova onda político-cibernética? Com a internet, a comunicação ficou mais rápida e prática. Mas essa rapidez e praticidade trouxe um novo patamar para discussões e brigas que antigamente se resumiam ao almoço de familiar de domingo, ao encontro casual na rua ou até mesmo no trabalho. Hoje, grupos em redes sociais apimentam os debates. O campeão das discussões é o aplicativo Whatsapp, seguido por outras plataformas como o Facebook, Twitter e Instagram. Segundo a matéria publicada na terça-feira, 18, pelo G1, “Política é tema predominante em grupos de Whatsapp no Brasil, diz pesquisa da UFMG”, pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a PUC-MG, em grupos de whatsapp no Brasil identificaram a predominância de assuntos políticos como pauta das interações. Entre as expressões mais recorrentes nos grupos estão Lula, Bolsonaro, Ciro, Dilma, golpe, impeachment e assuntos relativos às eleições presidenciais. “A maioria dos vídeos eram a respeito da campanha do Bolsonaro”, afirmou o autor da pesquisa, Josemar Alves, doutorando em ciências da computação da UFMG. De acordo com o pesquisador, foram coletados dados entre janeiro a abril desde ano de mensagens de textos e títulos de vídeos. A pesquisa citada pela matéria confirmou um dado que muitos percebem: grupos políticos tendem a ser mais movimentados do que outros tipos e a maioria dos usuários só observa. Os pesquisadores compararam dois tipos de grupos públicos do WhatsApp: os políticos e os não políticos. Um outro ponto “contra” é que muitos usuários se “escondem” atrás da tela do celular ou computador com o intuito de incitar o ódio e apimentar discussões. Algumas brigas ultrapassam as telas e chegam aos tribunais do Brasil inteiro, pela intolerância e radicalismo. Com isso, amizades são desfeitas e até relações familiares são cortadas. Vemos muitas informações compartilhadas sem fundamento algum, inverídicas – as chamadas “fake news” – que só aumentam o perigo de propagar informações erradas que afetam vidas. A manipulação de redes sociais para uso político afeta 48 países e está crescendo assustadoramente, segundo estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido e publicado pela Folha de São Paulo em junho deste ano. O estudo indica que a ação de partidos e de governos para manipular a opinião pública por meio das redes sociais está crescendo e que este crescimento tem sido impulsionado principalmente por países da América Latina e do Sudeste Asiático. Mas, a internet e as redes sociais não vieram para agregar pessoas e proporcionar a comunicação entre elas? Ao menos foi essa a finalidade com a qual seus criadores justificaram sua existência.