Política e Negócios - Negócios & Empresas

Por BBG

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Muito embora nas escolas de administração aprendamos que empresário não se deve meter em política, pois muito se expõe, às vezes pondo em risco o esforço de uma vida, não podemos e até não devemos fechar os olhos para o que ao nosso redor se passa, pois seus reflexos não apenas influenciam nossas vidas, mas também nossas atividades profissionais. Isto, aliás, sem falar no impulso mais do que natural e legítimo de se opinar e envolver, diretamente e/ou através de agências e organizações de classe que nos representam nas discussões de resoluções tomadas pelas autoridades públicas no sentido de administrar e organizar a economia, com fortes impactos no mundo dos negócios. Assim, o limiar do que deve ser feito e o que realmente se faz é muito tênue e muitas vêzes ultrapassado.

Estamos vivendo dias oscilantes, tanto na política interna dos grandes países e potências industrializadas, quanto na dos grupos de países dito emergentes e de outros menos desenvolvidos, mas que, em certos casos, apresentam-se como detentores de riquezas fundamentais para o desenvolvimento global, já que primordiais para a existência coletiva, e aqui falamos precipuamente de energia, minerais e alimentos.

Não podemos, pois, deixar de enfatizar a nossos leitores, empresários em geral, alguns pontos do quadro macroeconômico que nos envolve e que muito pode influenciar suas atividades. Não se deixem enganar. Neste mundo globalizado em que vivemos e se expandem as atividades humanas, o que acontece na Europa, Ásia e outros cantos do mundo, muitas vezes nos afetam tanto quanto o que aqui nos EUA, onde estamos inseridos, ocorrem.

Ora vejamos: esta semana, relatório do JPMorgan , intitulado Flows and Liquidity ( Fluxos e Liquidez ), dá conta de que a quantidade de moeda (dinheiro) sendo usada está caindo nos mercados, apesar dos esforços dos bancos centrais anunciando medidas voltadas a ampliar sua liquidez, tipo QE (“quantitative easing”), a mais recente do FED americano, anunciando a disposição de injetar até $40 bilhões mensais no mercado. Mas o que temos visto, na realidade, é um entesouramento, isto é, uma guarda de recursos disponíveis por parte de indivíduos e empresas, atemorizados que estão com o clima de incerteza e insegurança que nos cerca. Se o tão falado mercado não se sente psicologicamente confiante para gastar, pouco adianta injetar-se bilhões de dólares e euros na economia, pois a circulação de riquezas continuará emperrada, não gerando o efeito multiplicador fundamental para o sucesso e crescimento das economias de mercado.

Na realidade, os preços continuam a subir, não apenas nos EUA, mas em outros países, já que, havendo sobra de moeda, há um impacto nos preços, este fenômeno ocorrendo de forma artificial, uma vez que deve ser o consumo o agente que faz o pêndulo entre oferta e procura. Por via de consequência, pequenos empresários, como os que atuam em nossa comunidade, tendem a sentir o impacto negativo em seus negócios, prementes de ação de compra e venda de produtos e serviços, enquanto os bancos e maiores empresas mantêm alta liquidez.

Como navegar nestas águas turbulentas, sem perder o controle do leme de seus negócios? Aqueles mais felizes e que conseguiram acumular moeda, após consultar profissionais financeiros competentes e de sua confiança, deveriam olhar para investimentos de raiz desvalorizados. Imóveis pode ser uma alternativa. Aos demais, sugerimos manter o controle de caixa, como já devem vir fazendo, e reduzir despesas gerais, até que essa nuvem de incerteza e insegurança passe, quando então deverão prevalecer o otimismo e o espírito consumerista marca registrada desta grande economia norte-americana.

No meio tempo, mantenham-se atentos aos meandros da política. Estamos em ano de eleição presidencial, a qual certamente deverá influenciar o futuro de todos nós. Conclamamos os que votam, que exerçam com tranquilidade e lucidez o seu privilégio como cidadão. Aos que não votam, que se engagem em movimentos de apoio ao candidato que lhe apetecer. Há muito que pode ser feito, sob a forma de apoio financeiro a candidatos (em conformidade com a Lei) ou através do empréstimo de esforços na campanha daquele que melhor lhe convier (não precisa ser cidadão para tal).

Somente assim, participando e deixando transparecer a energia comunitária, poderemos ser mais ouvidos e influenciar nossas áreas de atuação.