Política e Negócios (Parte 2) - Negócios & Empresas

Por BBG

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O texto que tínhamos em mente para esta coluna de hoje visava uma continuação direta do que foi aqui abordado na semana anterior, realçando a importância do envolvimento político da comunidade como um todo, seus empresários, outros profissionais e suas famílias, já que os benefícios dai advindos positivamente impactam todos os segmentos do desenvolvimento, tanto econômico, quanto político e social. Igualmente não temos dúvidas de que somente desta forma a comunidade poderá crescer, vitalizar-se e negociar, às vezes, até impondo seus pontos de vistas e interesses legítimos. Há que se sair do armário, diriam alguns. Não estamos mais nos anos bíblicos, nas catacumbas e outras formas de viver (ou de esconder-se ) grupalmente, na esperança de que o mundo exterior se transforme e mais compreensão e entendimento brotem, tudo, apenas através dos bons exemplos de nossos comportamentos individuais e a esperança de que a Razão e a Compreensão prevaleçam, trabalhando a nosso favor. Não, no mundo em que vivemos e disputamos um lugar ao sol, seja sob um ponto de vista individual ou coletivo, é imperiosa a organização e a luta por nossos objetivos, fazendo a todos conhecer nossa força e capacidade de tudo suplantar na implementação do que acreditamos.

Não temos que nos curvar, numa adaptação forçada, ao que nos cerca. Não temos que ser explorados e, às vezes até humilhados, para conquistarmos o que nos é reservado, de direito e fruto do nosso valor como grupo formalmente existente e competente. Nossas vitórias, sempre dentro da ordem e do respeito, devem ser conquistadas, mesmo que arduamente. Só assim iremos incorporar uma postura que exiba, legítima e naturalmente, uma inigualável satisfação de conquista de bons resultados e orgulho que nos impulsionarão a mais conquistas e vitórias, assim criando um honroso legado em terras estrangeiras, de que muito se beneficiarão nossas futuras gerações.

Afastando-nos um pouco da linha do artigo anterior, supracitado, vamos contribuir com alguns pensamentos e ideias com o objetivo de alargar, ainda mais, a amplitude desta caminhada que nossa comunidade, como um todo, está trilhando na construção de uma outra sociedade brasileira em plagas estrangeiras, onde o trabalho e o esforço de cada um traz para si melhores condições de vida, possibilidade de planejamento familiar decente e equilibrado, mesmo com as dificuldades decorrentes dos temporais da vida, como o que ora atravessamos num sentido amplo.

Mas ainda há muito que podemos fazer, em nosso dia a dia, fortalecendo nossa consciência democrática e social.

Costumo dizer, em palestras e no convívio com outros observadores e pensadores, que o brasileiro que saiu de seu país em busca de novas possibilidades e espaço para desenvolver-se é um valente e, mais, um vitorioso. Só a decisão corajosa de para cá vir, sozinho e/ou com sua família, a tudo enfrentar e, de qualquer forma, se instalar, apesar da conjuntura contrária, passando a viver num ambiente quase que antagônico, onde prevalece uma língua estrangeira, da qual não tem a menor noção, inicialmente, hábitos e lógica dos diálogos no mínimo diferentes, assim como seleção de cores, expressão corporal e outros detalhes encontrados no dia-a-dia, tudo isto torna os brasileiros que para aqui vieram e ainda vem, heróis por sua conta e mérito, verdadeiros bandeirantes dos tempos modernos, abrindo e ocupando espaços de riqueza e abundância nunca antes experimentados ou realisticamente sonhados por nenhum brasileiro, governo ou pensadores.

E no plano individual, em grande parte, estes brasileiros que no estrangeiro se sacrificaram e procuraram, obtendo, melhores condições de vida, também são vencedores, poderíamos dizer, com muito orgulho, que são os brasilerios “que deram certo”, pois no exterior atingiram graus de desenvolvimento e sofisticação para si e suas famílias que, dificilmente, obteriam em seu país de origem, já que condenados estavam às periferias da sociedade, onde teriam que se contentar com as sobras do que os mais bem preparados e conectados primeiramente obtivessem e se apropriassem.

Neste ponto chegamos ao cerne da mensagem da semana. Muito já foi conquistado. Já aqui estamos e vivemos, de forma regrada e sociável. Mas sabemos que mais ainda há para se atingir no plano comunitário externo, isto é, no mundo que ultrapassa o portal de nossas casas, de forma que possamos ser identificados como membros de uma comunidade pacata e eficiente que escolheu viver aqui no sul da Flórida e que muito já oferece e contribui, não apenas como força de trabalho, mas também como participantes ativos, porém siilenciosos, de um mercado de consumo e imobiliário intensos, alicerces do bem-estar geral.

É nosso dever e missão fazer chegar nossa importância comunitária aos ouvidos e às mesas de negociações das autoridades locais e políticos em geral, de uma maneira formal, respeitosa, porém imperiosa, reivindicando nossos espaços na vida administrativa, política e social nas cidades e condados em que estamos inseridos.

A aceleração do processo para o atingimento desses objetivos passa pela participação ativa e consciente em grupos e agremiações voltadas à defesa e implementação dos direitos e reivindicações de nossa comunidade. Entretanto, aqui vai um alerta: procurem conhecer e saber sobre cada uma das organizações, a emulação de seus próceres, suas origens, aqui na região ou de onde tenham vindo, sejam outras regiões dos EUA ou até mesmo do Brasil.

Não percam seu tempo com falsos líderes, ou deixem esmorecer seus ânimos após constatarem as más intenções e/ou segundos interesses dos mesmos. Ao contrário, propaguem o que de mal souberem, assim alertando outros compatriotas e eliminando os predadores. Não transijam com o malfeito, pois estamos falando de nossas vidas, de nossas esperanças e do futuro de nossos filhos. E isso é coisa séria!

Coluna do BBG - Brazilian Businness Group Aloysio Vasconcellos é Chairman da Brazil International Foundation, Flórida