Políticos americanos não se envergonham de vilanizar imigrantes para ganhar "ibope"

Por Gazeta Admininstrator

Uma das maiores e mais amargas contradições dentro do atual panorama crítico e caótico do ambiente político e de imprensa norte-americanos, é a total falta de vergonha e dignidade de muitos (até importantes) nomes e entidades desses setores, em demonizar e vilanizar os imigrantes.

Imigrantes indocumentados se tornaram, para aspirantes a cargos políticos e personagens da grande mídia americana menos comprometidos com a verdade dos fatos, em “bucha de canhão” em uma briga pelo poder a qualquer custo e a qualquer preço, que denigre a gloriosa história de uma nação construída por e para imigrantes.

A demonização dos ilegais não é novidade. Os republicanos que hoje comandam uma verdadeira “caça às bruxas” e chegam ao cúmulo do absurdo de, como fez na semana passada o Senador John McCain, “culpar” os ilegais pelo incêndio florestal do Arizona.

Esta não é a América com a qual sonhamos, pela qual damos nosso suor e na qual acreditamos que sim, é possível sonhar e construir uma vida melhor.
Mais do que nunca é preciso que os milhões de imigrantes indocumentados que seguem resistindo a toda sorte de perseguições e intimidações, se unam em torno da luta que, ao longo dos anos, tem sido muito mais travada pelos mexicanos do que pelas demais etnias e nacionalidades que compõem o “mosaico indocumentado” nos EUA.

Da mesma forma que não se tem uma “medida precisa” da quantidade de brasileiros que vive nos Estados Unidos, mais imprecisas aindas são as medidas e estimativas quanto ao tamanho da população indocumentada de brasileiros que reside aqui.

Existem números que servem de base e guia para uma muito mais confiável estimativa da quantidade geral de brasileiros nos Estados Unidos, mas daí ao “diagnóstico” de quem está em situação legal ou ilegal, a distância é grande. Calcula-se que há regiões em que esse percentual chega a 85% e outras onde não passa de 30%.

Essas percentagens de indocumentados sobre a população brasileira total na região, variam de acordo com o perfil de cada comunidade. Os perfis variam muito. Em Massachussetts e New Jersey é um. Em New York e Califórnia, é outro. As comunidades brasileiras da Flórida e da Georgia são substancialmente diferentes em seu “composite”.
Uma coisa, entretanto, une de forma pouco auspiciosa essas comunidades: um quase que total desinteresse pela causa dos imigrantes ilegais. Eles mesmos, imigrantes brasileiros indocumentados, vivendo dentro de uma “realidade transitória” , se animam pouco ou quase nada em se engajar pela luta que, estando ilegalmente nos EUA, é nao só dos brasileiros, mas de todos os que aqui estão em busca de uma vida melhor, mas que entraram ou permaneceram no país de forma ilegal.

Há que se louvar o extraordinário compromisso que tem demonstrado a mídia comunitária brasileira nos Estados Unidos. Tem sido ela, e praticamente somente ela, quem permanentemente acompanha e informa sobre as lutas dos indocumentados e apoia iniciativas de lideranças hispânicas em envolver os ilegais brasileiros em sua luta.

Na mesma medida em que os políticos e a grande mídia americana segue apresentando a questão dos indocumentados da forma mais parcial e devastadora, os imigrantes indocumentados que não lutam por sua permanência e legalização de todas as formas que lhe seja possível, acabam contribuindo, pela inércia, com uma espécie de “ legitimização” desse discurso “quase-nazista” de setores que fazem do ódio ao imigrante, o combustível de suas propostas.

Com o agravamento da crise econômica, o que se vê é até mesmo as raras fontes de apoio aos imigrantes e seus defensores, na grande mídia, tem minguado.
Ninguém mais vê nada na grande mídia que reflita o papel que, mais do que nunca, em uma economia na UTI, o braço trabalhador do imigrantre segue sendo - a salários baixíssimos - a única forma de manter importantes setores da economia do país, de pé, como a indústria hoteleira, a de construção civil e a agricultura.

A verdade dos fatos parece, definitivamente, uma coisa do passado. As mentiras, mil vezes repetidas, estão cada vez mais sendo aceitas como verdade. E a verdade, como uma mentira dos oponentes. Triste momento.

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