Políticos, ativistas e empresas unem-se pela reforma imigratória

Por Gazeta News

O FWD.us, um grupo criado pelo fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou semana passada que planeja gastar mais de US$ 500 mil em somente um anúncio.

Ativistas, sindicalistas e empresários ajudam, através de propagandas, legisladores republicanos favoráveis à reforma imigratória.

Uma onda sem precedentes formada por políticos, ativistas e ONGs formou-se esse ano em defesa da reforma durante o debate migratório: organizações liberais latinas, grupos republicanos, Câmara do Comércio, sindicatos, entidades religiosas e empresas de alta tecnologia. Assim como a contribuição financeira de Frank Sharry, fundador e diretor executivo do America’s Voice, uma entidade sediada em Washington-DC que possui laços fortes com a administração Obama, grupos de esquerda também estão patrocinando republicanos que se manifestaram a favor da reforma. O resultado é uma avalanche de dinheiro para ser gasto em anúncios, lobbying, e operações de campo que visam convencer os republicanos no Congresso a aprovarem uma rota que possibilite a legalização dos estimados 11 milhões de indocumentados que vivem no país, autorizar a emissão de vistos temporários de trabalho e o aumento da segurança na fronteira com o México.

Durante a primeira metade do ano, apoiadores da reforma superaram 3 vezes mais os oponentes: $2.4 milhões de dólares em contraste com $700 mil dólares, segundo o Kantar Media’s Campaign Media Analysis Group. Além disso, foram contratados um verdadeiro batalhão de lobistas. No segundo quadrimestre, 527 empresas, grupos de ativistas, entre outros, apoiaram a reforma migratória, em contraste com 389 nos primeiros 3 meses do ano, segundo o Center for Responsive Politics.

Parte do dinheiro está sendo gasto com campanhas voltadas a membros da Câmara em seus distritos eleitorais. Os ativistas tentam manter a pressão enquanto os membros da Câmara se encontram em 5 semanas de recesso no mês de agosto. A campanha foi batizada de “Ação Agosto”, depois que o Presidente Barack Obama usou a expressão. Entretanto, o maior gasto poderá ocorrer no outono, quando a Câmara planeja avaliar várias propostas migratórias.

“Nós presenciaremos um salto nas atividades em agosto e setembro”, disse Tom Snyder, que lidera a campanha no sindicato gigante AFL-CIO. Alguns republicanos na Câmara já começaram a mudar o discurso com relação ao polêmico tema especialmente em distritos com milhares de trabalhadores sindicalizados. “O que você presencia não é uma avalanche, mas um riacho que começa a correr em nossa direção”.

A última vez que o Congresso abordou o assunto, em 2007, vários grupos oponentes à reforma migratória lançaram uma campanha massiva e conseguiram fazer com que a proposta migratória fosse considerada uma “anistia” que favoreceria burladores da lei. Desta vez, os ativistas se mobilizaram antecipadamente.

O AFL-CIO já gastou $418.998 dólares em anúncios em pelo menos seis estados e planeja gastar mais $1 milhão de dólares em agosto e setembro, focando em 40 republicanos na Câmara. O sindicato Service Employees International iniciou uma campanha de rádio de $200 mil dólares voltada a congressistas republicanos em dez distritos com populações latinas recentes, incluindo quatro californianos: Jeff Denham (Atwater), Howard P. “Buck” McKeon (Santa Clarita), Gary G. Miller (Diamond Bar) e David Valadão (Hanford).

Duas organizações moderadas republicanas também participaram. A American Action Network gastou $182.058 dólares em anúncios de televisão e a Americans for a Conservative Direction gastou $105.251 dólares com anúncios em 6 estados, segundo a Kantar Media.

O FWD.us, um grupo criado pelo fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, formado por executivos do alto escalão, anunciou semana passada que planeja gastar mais de $500 mil dólares em somente um anúncio retratando o drama de um jovem residente em Chicago cujo sonho é se tornar um marinheiro, mas não pode porque entrou no país clandestinamente quando tinha sete meses de idade.