Políticos e imigrantes criticam lei de imigração

Por Gazeta Admininstrator

A nova lei de imigração, proposta ontem pelo Congresso, recebeu críticas de várias correntes políticas hoje: dos republicanos, dos democratas e dos próprios imigrantes, o que pode ameaçar até mesmo a aprovação da proposta. A proposta prevê que os imigrantes ilegais devem pagar uma multa de US$ 5 mil e se apresentarem às autoridades para receber uma permissão temporária de residência, o "visto Z", que lhes garantiria o direito de trabalho enquanto aguardam o visto permanente, que pode demorar de oito a 13 anos.

A lei cria um "sistema de pontuação" que privilegia a concessão de vistos para imigrantes qualificados e aumenta a segurança na fronteira com o México, com o recrutamento de mais 18 mil guardas. O texto prevê ainda um programa anual de trabalho temporário para 400 mil imigrantes. Cada visto temporário pode ser renovado três vezes por dois anos, contanto que o imigrante deixe os EUA por um ano entre as renovações.

O acordo desagradou os congressistas mais conservadores, que reclamaram que a proposta perdoaria imigrantes ilegais e abriria um precedente a outros que vivem à margem da lei. "Isso está longe de acabar", ameaçou o deputado republicano Elton Gallegly. "Essa lei não passa de uma anistia, nada mais do que isso", disse.

Muitos democratas e os próprios imigrantes também não gostaram. Representantes de associações pró-imigrantes disseram que privilegiar vistos para cidadãos qualificados cria um grupo de trabalhadores de segunda classe. Como teriam menos chances de obter um visto permanente, esse enorme contingente tornaria ainda maior o número de imigrantes ilegais e agravaria o problema. A julgar pela quantidade de críticas, o projeto terá uma tramitação complicada. Ele começa a ser discutido pelo Senado a partir de segunda-feira. Na Câmara, o início do debate está marcado para junho.