Poluição mata nove por dia.

Por Gazeta Admininstrator

Não é só a violência que está afugentando São Paulo. Quem vive na capital paulista tem em média um ano e meio de vida a menos que os demais brasileiros. O motivo: a poluição. Doenças causadas e agravadas por ela matam nove pessoas todos os dias, o que representa entre 5% a 10% do número de óbitos da metrópole.

Os estudos desenvolvidos no Laboratório de Poluição indicam que os grandes problemas em São Paulo e nos grandes centros urbanos do mundo são o ozônio e o material particulado. Respectivamente, 80% e 40% dos precursores desses dos dois poluentes derivam da frota de veículos a diesel.

Rio

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como limite para a qualidade do ar 20 microgramas por m3 de material inalável, sendo que São Paulo apresenta o dobro - 40 microgramas por m3. "São Paulo é pior que Los Angeles e até Nova York é mais limpa", compara o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e chefe do Laboratório de Poluição, Paulo Hilário Nascimento Saldiva.

Segundo ele, São Paulo não é a capital com a pior qualidade do ar: no Rio de Janeiro o índice é de 60 microgramas por m3.

Nos grandes centros urbanos, o transporte é responsável por 70% da poluição. "São Paulo tem jeito desde que se adote uma política no médio prazo para o favorecimento de transporte público", avalia o professor, lembrando que nos últimos dez anos o crescimento populacional foi de 16%, enquanto a frota de veículos aumentou 67%, ou seja, quatro vezes mais que a população.

"O paulistano está migrando para o transporte individual", lembra. O pesquisador afirma que é preciso a adoção de programas que permitam a melhoria dos transportes públicos ou a adoção de veículos limpos. "Existe uma série de medidas que podem ser implementadas. O problema é que exigem investimento por parte do governo e das montadoras, resultando em maiores gastos para o consumidor", avalia.

Experiência norte-americana

A tecnologia dos veículos elétricos no transporte público utilizada em outros países tem demonstrado uma redução significativa nos níveis de poluição, diminuindo o custo dos governos com a saúde pública. "Para cada dólar gasto com poluição em Nova York, eles ganham US$ 8,00 em saúde", afirma o pesquisador.

A experiência norte-americana, com a entrada dos ônibus elétricos híbridos no sistema de transporte coletivo urbano, mostra que em relação aos ônibus convencionais há uma redução de 75% óxidos de nitrogênio (NOx); de 50% de material particulado (fumaça negra); de 40% a 50% de dióxido de carbono (CO2), além de praticamente zerar a emissão de monóxido de carbono. Além da redução das emissões de poluentes, as modificações na frota de Nova York também foram motivadas por outros fatores como a operação mais silenciosa, já que o ônibus elétrico híbrido produz menos ruído e ainda a redução dos custos operacionais com o consumo menor de combustível (entre 30% e 40%).

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