Porta-voz de Bush diz que se enganou sobre as declarações a respeito das células-tronco

Por Gazeta Admininstrator

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, lamentou no começo desta semana ter declarado de forma equivocada que o presidente norte-americano, George W. Bush, considera os estudos com células-tronco embrionárias "assassinas".

Bush "não usaria essa terminologia", explicou Snow em entrevista coletiva, ao reconhecer que exagerou quanto a posição de Bush sobre o tema polêmico. Snow esclareceu que Bush é contrario à utilização de fundos públicos destinados a esse tipo de pesquisas, pois representam "a destruição da vida humana".

O presidente Bush vetou na quarta-feira passada uma lei que ampliava a utilização de fundos públicos para pesquisas com células-tronco extraídas de embriões descartados em clínicas de fertilidade pois, segundo sua opinião, esse tipo estudo "cruzava um limite moral".

Ao indicar que Bush iria vetar a lei, Snow disse que "o presidente acredita firmemente que, para efeitos de pesquisa, é inadequado que o governo federal financie algo que muitos consideram um assassinato. O presidente é um deles".

As declarações de Snow colocaram em apuros no domingo o chefe de gabinete da Casa Branca, Josh Bolten. Durante um programa dominical da rede NBC, Bolten esquivou-se dos comentários de Snow sobre o "assassinato" de embriões.

"Não falei com ele (Bush) sobre o uso de uma terminologia em particular", disse ele. Snow reconheceu que seus comentários criaram "um pequeno problema" para Josh Bolten na entrevista. "Me sinto mal por isso", afirmou ele.

O Congresso dos EUA não conseguiu obter o apoio de dois terços necessário para reverter o veto de Bush, o primeiro em seus dois mandatos.

A lei, aprovada na Câmara em maio de 2005, e no Senado na terça-feira passada, buscava anular as restrições, impostas por Bush em 2001, relativas aos fundos federais para as pesquisas com células-tronco embrionárias.