Porto Rico renúne praias paradisíacas, história e muito sabor

Por Cristiana Vieira

1-culebra

Reconhecido como um dos destinos mais exóticos e badalados do Caribe, com seus invejáveis 500 quilômetros de praia, clima agradável e brisa o ano todo (no inverno são registrados 23°C e no verão, 29°C), Porto Rico é dono de praias de águas inigualavelmente azuis. As típicas e charmosas casinhas coloridas da cidade velha e o ritmo e sabores da cultura caribenha são outras conhecidas referências deste singular destino.

Além dos casais em lua de mel, é um dos lugares preferidos dos praticantes de esportes aquáticos como mergulho, snorkeling, navegação, pesca e windsurfing. Na cidade de Rincón, por exemplo, reduto do surfe, o Atlântico se encontra com o Caribe e as ondas chegam a quebrar a 8 metros de altura.

Puerto Rico é formado por quatro ilhas: a principal, que tem como capital a cidade de San Juan, e mais três menores: Vieques, Mona e Culebra, situadas fora da costa. Em Culebra, aliás, fica a Playa Flamenco, considerada uma das dez mais bonitas do mundo e está entre as muitas preciosidades de Fajardo, município a uma hora da capital.

Com degradê do verde claro ao azul piscina, impressiona. A longa faixa de areia branquinha pede uma caminhada até o canto esquerdo, onde tanques de guerra abandonados contrastam com a atmosfera paradisíaca. Imagine que foi bem ali que os americanos treinaram incursões militares durante a Segunda Guerra Mundial, em meio à natureza intocada e ao mar que convida ao mergulho.

Também é em Fajardo que fica a baía bioluminescente, que brilha no escuro. O fenômeno é provocado por micro-organismos que vivem na água e irradiam luz quando se chocam uns com os outros. Só existem cinco baías dessas no mundo e três delas estão em Puerto Rico — além de Fajardo, há uma na ilha de Vieques e outra em La Parguera, esta já bastante afetada pela iluminação artificial da região.

Para chegar até lá, caiaques até Laguna Grande partem do vilarejo de Las Croabas no fim da tarde. Rema-se por um canal no mangue até chegar à lagoa, que surge como um grande clarão em meio à vegetação. Assim que as últimas luzes se apagam, basta chacoalhar as mãos dentro da água para ver a luminosidade. O retorno à praia reserva a parte mais deslumbrante da aventura: no canal que liga à lagoa ao mar pelo mangue, as copas das árvores escondem a luz da Lua e das estrelas, e o brilho da água, quando agitada pelos remos, é impressionante. Câmeras fotográficas ou de vídeo, infelizmente, não captam o fenômeno. É preciso ver para crer.

De volta à capital, vale se perder pelas ruas de paralelepípedos azulados do San Juan, principal bairro de Porto Rico e Patrimônio Histórico da Humanidade, pela ONU. Sua arquitetura colonial com casas, lojas, museus, teatros, galerias de arte e restaurantes, que mantêm suas fachadas preservadas, encantam. Badalar nos restaurantes e nas lojas chiques do bairro nobre Condado e descobrir um pouco da história que levou o território espanhol às mãos americanas nas fortificações que circundam a cidade, também inspiram. Nesta região estão os fortes El Morro, San Cristóval e La Fortaleza, que contrastam com o cenário e o agito da vida moderna. Na Ventana al Mar, uma praça entre a badalada Avenida Ashford e o oceano, shows de jazz.

Chamada de Capital Gastronômica do Caribe, Puerto Rico tem em sua culinária dois importantes temperos: o aroma e o sabor, resultado da influência das culturas taína, espanhola e africana. Nas cozinhas de muitos restaurantes estão chefs reconhecidos internacionalmente, que todo ano participam de um dos mais importantes eventos do setor do Caribe, o festival ‘Saborea Puerto Rico’.

A cidade era considerada estratégica pelos conquistadores. Ali havia um porto seguro onde poderiam abastecer os navios com água doce e aproveitar os ventos que sopravam em direção à Europa. A cidade murada foi construída em uma pequena ilha, o que garantia ainda mais segurança no caso de um ataque — hoje, Viejo San Juan está ligado à cidade moderna por duas pontes. O território foi disputado por ingleses e holandeses, mas foram os Estados Unidos que levaram a melhor, na Guerra Hispano-Americana, em 1898. Porto Rico era o último território espanhol no Caribe, e foi atacado por três meses até que os europeus o entregassem. Hoje, perambulando pelas ruas, pode-se ouvir alguém comentar que aquele é um pedaço dos Estados Unidos no Caribe.

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