Portugal pretende quebrar maldição francesa.

Por Gazeta Admininstrator

Em vez da revanche entre Brasil e Inglaterra que muitos esperavam, a segunda semifinal da Copa do Mundo da FIFA Alemanha 2006 será uma grande novidade nesta fase da competição. França e Portugal nunca se enfrentaram em uma Copa do Mundo da FIFA, mas são velhos conhecidos de confrontos no palco europeu – onde os Bleus reinaram supremos em 2000, e os portugueses chegaram perto, quatro anos depois. Sem nunca terem perdido para os lusos em uma grande competição, os franceses torcem para continuar invictos e conquistar sua vaga na final.

A partida

Depois de passar com tranqüilidade pela fase de grupos, Portugal eliminou os pesos pesados europeus, Holanda e Inglaterra, e ficou entre os quatro finalistas. Agora, o plantel talentoso de Luiz Felipe Scolari parece que finalmente compreendeu seu potencial de vencer, e seu êxito pode ser atribuído, em grande parte, ao equilíbrio entre juventude e experiência, simbolizadas por Cristiano Ronaldo e Luis Figo, respectivamente. Para os franceses, esse equilíbrio pesa mais do lado da experiência, mas com Zinedine Zidane no auge e Patrick Vieira imperioso no meio-de-campo, os Bleus se aproximam de alturas alcançadas pela última vez em 1998 e em 2000.

Os jogadores experientes no time de Raymond Domenech mostraram que estão preparados para o desafio físico também, cobrindo cada centímetro do gramado como se fossem jovens estreantes. Uma repetição dos confrontos dos times pelas semifinais da Eurocopa 1984 e 2000, esta partida deve ser uma disputa altamente tática entre duas seleções muito organizadas.

O duelo

Acostumados a jogar juntos no mesmo time, o Chelsea, William Gallas e Ricardo Carvalho são zagueiros sólidos, famosos por dificultarem a penetração do ataque adversário. Se a França sofreu apenas dois gols desde o início do torneio, e Portugal apenas um, isso se deve, em grande parte, aos talentos supremos dos dois titulares de Stamford Bridge. E em uma partida que pode muito bem ser decidida com mínimos detalhes, a solidez da retaguarda de cada time será de importância crucial.

Os suspensos
Armando Petit (POR)

Histórico dos confrontos

França 2 – 1 Portugal, 25 de junho de 2000, Bruxelas. Competindo por uma vaga na final da EURO 2000, esses dois velhos adversários disputaram uma partida emocionante na capital belga. Nuno Gomes abriu o placar para os portugueses, bem no início, mas Thierry Henry empatou quase no final do tempo regulamentar, levando a disputa para a prorrogação. Com o jogo aparentemente fadado a uma decisão por pênaltis, foi uma cobrança de pênalti inusitada, depois de um toque de mão de Abel Xavier, e convertido por Zinedine Zidane que definiu o resultado.

A pergunta

Até que ponto a história vai influenciar esta partida? Os portugueses precisarão quebrar o ciclo de perder para a França nas semifinais, depois de sucumbirem duas vezes nesta fase, na EURO (1984 e 2000). As duas derrotas vieram depois de uma prorrogação dramática, um fato que pode pesar no lado emocional dos portugueses, se o jogo estiver empatado nos minutos finais. A Selecção das Quinas também perdeu os seis últimos confrontos com a França. Será que estarão motivados pelo desejo de vingança ou será que os Bleus vão se aproveitar da vantagem psicológica?

Os números

120: o número de partidas, pela seleção francesa, vencidas por Lilian Thuram, depois da semifinal na noite de quarta-feira, um recorde francês.

21: o número de vezes que a França enfrentou Portugal, com 15 vitórias para os franceses, um empate e cinco derrotas.

8: o número de jogadores da Juventus com probabilidade de entrar em campo na semifinal, dois a mais do que os seis do Chelsea.

Aniversários

O atacante português, Nuno Gomes, adoraria ter um motivo a mais para comemorar, pois faz 30 anos hoje. Herói da campanha de Portugal na EURO 2000, ele espera sair do banco de reservas em sua nova função de jogador de impacto. Outro que aniversaria hoje é Alberto Gilardino, da Itália, que completa 24 anos.

Neste dia, em uma Copa do Mundo da FIFA

5 de julho de 1982, Itália 3-2 Brasil, Barcelona. Apesar de uma apresentação insípida na fase de grupos na Espanha 1982, a Azzurra finalmente acertou o passo na segunda fase. Com o Brasil em seu caminho, Paolo Rossi marcou três gols sensacionais e eliminou o time formado por jogadores que eram considerados os verdadeiros sucessores da Seleção de 1970. Gols de Sócrates e Falcão não foram suficientes para impedir a vitória da Itália, e alguns dias depois, os italianos conquistaram o título mundial pela terceira vez na história.

Você sabia?

A decisão por pênaltis foi criada por um alemão, Karl Wald. Depois de ver a Itália e a URSS empatarem várias vezes para decidir o vencedor da semifinal do Campeonato Europeu 1968, o árbitro suplente sugeriu um método mais justo. Querendo ou não, a solução de Wald certamente é perfeita para seus compatriotas, que venceram em todas as quatro de suas decisões por pênaltis em Copas do Mundo da FIFA.

Para rir

“Depois de uma discussão dentro do time, me mandaram ir ao ataque – mas apenas para assustar os adversários, não para fazer gols, posso lhes garantir”. O zagueiro da França, Lilian Thuram, parece à vontade com sua reputação de péssimo artilheiro.