Portugal x França: o que disseram os técnicos.

Por Gazeta Admininstrator

Raymond DOMENECH (FRA):
Estamos orgulhosos por chegarmos à final, mas já havia dito que o nosso objetivo era estar lá em 9 de julho. Até hoje, só foi preciso acertar o dia. Agora, precisamos ter certeza de que acertaremos a hora. Em relação ao jogo contra a Itália, duas grandes exibições se destacam para mim: o jogo da França contra o Brasil e a sensacional vitória da Itália sobre a Alemanha. Nós os veremos no dia 9 de julho, às 21h00 (CET).

Não vou comentar a respeito das decisões do técnico de Portugal, pois não gosto quando outros técnicos comentam as minhas escolhas. Meus cumprimentos a Portugal, que nos fez sofrer, mas alguém precisava vencer. Sem dúvida, esta foi a nossa partida mais difícil, e Portugal foi a seleção que nos trouxe mais problemas – mais do que o Brasil -, mas em um contexto diferente.

Esta equipe francesa mostrou que tem capacidade de agüentar a pressão e que consegue se dedicar com afinco, se unir e se manter firme. Basta ver o esforço que fizeram os nossos atacantes. Eles ficavam atentos quando voltavam para defender, mas sabiam que, a qualquer momento, poderiam conseguir uma chance de partir novamente para o ataque.

É claro que o próximo jogo será a última partida do Zinedine Zidane, mas, em nossas mentes, não será o último jogo dele. Trata-se da Final, e mais que isso, será contra a Itália. Ao contrário do que alguns têm dito, não estamos falando de um tributo a ele, estamos falando da Copa do Mundo. Além disso, ele tem-nos dado muitas alegrias nos últimos dez anos.

Quanto às minhas escolhas táticas, temos o David Trezeguet e outros 11 jogadores na reserva, e é isso o que torna este time tão forte. Os 12 que começam no banco dão aos outros apoio e ajudam a manter a pressão em campo, por isso deveriam ser aplaudidos. Temos jogado cada partida sabendo que podemos ser eliminados, mas isso não me preocupa, pois essa é a verdadeira essência do futebol.

Luiz Felipe SCOLARI (POR):
Não tenho nada a dizer sobre o juiz. Ele tomou as decisões que achou que deveria tomar. Não acho que a França foi melhor do que nós – foi um jogo parelho – e acho que um empate terminando em uma disputa de pênaltis teria sido mais justo. Representamos um país pequeno, e é difícil para nós conseguirmos chegar tão longe.

Agora, os jogadores têm de aceitar o que aconteceu. Sonhávamos em ir até o fim, pois trabalhamos muito duro, mas agora temos um outro objetivo. Queremos chegar em terceiro, mesmo tendo um dia a menos que os alemães para nos recuperarmos. Acredito que, se a Itália não se cuidar, será derrotada pela França. As duas equipes estão bem equilibradas, mas os franceses dispõem de talentos fantásticos. Veja o (Cristiano) Ronaldo: ele fez uma partida excelente, mas a França não deu a ele muitas chances. Isso posto, se a França teve um pênalti, o Ronaldo também deveria ter tido um.

A minha frustração pessoal vai durar apenas algumas horas. É o tempo que preciso, para poder me encontrar com os meus amigos, a minha família e a Federação Portuguesa. Preciso mudar a minha atitude e adaptar a maneira como me comunico. Preciso aceitar essa derrota, para que possa retornar ao trabalho novamente amanhã de manhã. Em relação ao Miguel, ainda não sabemos qual é a gravidade da contusão dele nem de quanto tempo ele vai precisar para se recuperar. O Ricardo (Carvalho) ganhou um cartão amarelo e está suspenso para a próxima partida, por isso, teremos de nos virar sem ele.

Este resultado não é uma decepção, já que a nossa equipe estava à altura do desafio. Antes da partida, os jogadores estavam proclamando aos quatro ventos que eles venceriam, simplesmente porque acreditavam que conseguiriam vencer. Vou repetir: esta é uma equipe fantástica e tem jogado muito bem desde o início da competição.