Pós Furacão: Brasileiros tentam voltar ao normal após dias sem energia no sul da Flórida

Por Arlaine Castro

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Outra brasileira que sofreu privação foi Aline Klatter, que mora em West Boca, na 18th St. Com 32 semanas de gravidez de alto risco, viveu momentos de tensão e estresse pela alta temperatura em casa, sem ar-condicionado, tendo que tomar banho na casa de parentes.

“Optamos por não seguir as ordens de evacuação por causa dos 2 cachorros e 2 gatos que temos”, conta Aline, que tem também uma filha de 4 anos, Alice. “No domingo eu já tinha desistido. Já estava falando com meu marido para buscarmos outro lugar pra ficar. Já não aguentava mais”, conta a brasileira, que teve sua luz restaurada no final do dia de domingo.

Ela que vive na Flórida desde 1996 já tinha passado por outros furacões, mas dessa vez tinha o agravante da gravidez arriscada. A família do goiano Vanderlei Batista também contou com o apoio de amigos. Como mora em área baixa e costeira, em Fort Lauderdale By the Sea, desde a passagem do furacão ele se abrigou junto com os dois filhos e a esposa na casa de um amigo em Deerfield Beach. “Há 14 anos que moro na Flórida e dessa vez ficamos maior tempo fora de casa”, relata Batista, que só voltou para casa no início desta semana, quando a energia foi restaurada.

Prejuízos de empresas No meio empresarial, os comerciantes relatam prejuízos e tentam agora retomar o negócio após vários dias fechados. O proprietário da Padaria 2000, em Deerfield Beach, Edvaldo Leão, teve a energia elétrica de volta somente no final da segunda-feira, 18, depois de 8 dias de portas fechadas. Apesar do prejuízo, ele entende que o momento deve ser encarado como de renovação. “No decorrer do dia a dia muitas coisas passam despercebidas e não temos tempo para mudá-las. Como é hora de começar do zero, com a limpeza de refrigeradores e reposição de estoque, é momento também de ver o que pode ser alterado, tanto no estoque quanto na loja em si”, menciona.

Para o empresário mineiro, muitos danos seriam evitados se a FPL realmente fizesse a manutenção como é cobrada em conta. “Pagamos uma taxa extra para manutenção. A poda das árvores que só podem ser feitas por funcionários da companhia, não são realizadas com frequência. Por aqui o que causou falta de energia foi a queda de uma árvore em rede elétrica que eles poderiam ter cortado e evitaria, por exemplo”, aponta.

*Com colaboração de Vanuza Ramos.