Pragas e baixa no mercado de suco de laranja mudam a realidade de citricultores da Flórida

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_136960" align="alignleft" width="300"] Citricultor inspeciona plantação de pongâmia em Clewiston, na Flórida. Foto: Wall Street Journal[/caption]

Pêssegos, romãs e até azeitonas estão entre as alternativas viáveis que citricultores da Flórida começam a estudar por conta do difícil cenário que vem enfrentando nas propriedades. Tudo por conta de duas ameaças existenciais: pragas nas árvores cítricas e uma acentuada redução no consumo de suco de laranja.

O cultivo que é a marca registrada da Flórida — laranjas, toranjas e tangerinas — em grande parte tem sofrido por uma doença incurável, chamada amarelão do citrus, ou “greening”, que tem devastado pomares, prejudicado a produtividade, forçado alguns citricultores a sair da indústria e abandonar o campo. Para se ter uma ideia, a área na Flórida dedicada à produção de cítricos caiu 17%, para 180 mil hectares, de acordo com a Florida Citrus Mutual - cooperativa que promove os cítricos no Estado.

Não bastasse isso, o carro-chefe do setor, o suco de laranja, tem perdido espaço na preferência dos consumidores. Nos últimos 12 anos, o consumo per capta nos Estados Unidos praticamente caiu pela metade, indo de 18,5 litros por ano nos doze meses encerrados em 30 de setembro de 2004, para 9,8 litros no ano que terminou em 30 de setembro do ano passado.

Na prática, a produção de suco de laranja na Flórida despencou quase 70%, para 1,68 bilhão de litros no mesmo período. “Ele é ainda um grande setor na economia agrícola, especialmente nos condados rurais”, onde os cítricos podem representar até metade da receita agrícola, diz Alan Hodges, pesquisador do departamento de alimentos e recursos econômicos da Universidade da Flórida. “As perdas são de bilhões de dólares por ano.”

Depois do turismo, o setor agrícola é o mais importante da Flórida. A indústria de cítricos gera 62 mil empregos no Estado, de acordo com o Florida Citrus Mutual. Os produtores determinados a continuar exclusivamente produzindo laranja, estão investindo na tentativa de curar a doença bacteriana que faz com que a fruta amadureça precocemente e tenha um gosto amargo. Com apoio dos governos do Estado e Federal, já investiram pelo menos 225 milhões de dólares ao longo dos últimos 10 anos em pesquisas para combater o amarelão.

Mas, as dificuldades não podem decretar o fim da indústria. Isso porque, por um lado, os cientistas estão desenvolvendo novas variedades de cítricos que podem ser mais resistentes à doença. Por outro, os agricultores têm desenvolvido novos métodos para proteger as árvores, como o uso de coberturas de plástico para o calor. Alguns se uniram para criar “áreas de gerenciamento de saúde cítrica” para coordenar a pulverização e outros esforços para combater o inseto que transmite a doença.

Com informações do Wall Street Journal