Os preços das residências no País caíram 4,5% no terceiro trimestre, re-gistrando a maior queda do último período de, pelo menos, duas décadas, após a crise do mercado de empréstimos de alto risco (subprime) ter feito as vendas recuarem.
Foi o maior declínio desde que esse tipo de registro teve início, em 1988, segundo relatório divulgado pela S&P e Case-Shiller. A queda acompanhou o recuo de 3,3% registrado no segundo trimestre deste ano.
Os preços dos imóveis provavelmente continuarão caindo à medida em que os arrestos (foreclosures) obrigarem um número maior de propriedades a entrar no mercado e que as vendas enfraquecerem, em um momento em que fica mais difícil obter um financiamento para a compra da casa própria.
A queda ameaça desacelerar os gastos dos consumidores, pois um número menor de proprietários de imóveis será capaz de arcar com os gastos relacionados a viagens de férias, carros novos ou obras residenciais.
“Muitos consumidores vão se segurar até sentirem que os mercados se estabilizaram, e isso tenderá a prolongar os declínios dos preços”, disse, antes da divulgação do relatório, Robert Dye, economista sênior do PNC Financial Services Group da Filadélfia.
Confiança em queda
O grau de confiança do consumidor dos EUA caiu em novembro mais que o previsto, uma vez que os americanos estiveram às voltas com a disparada dos custos dos combustíveis e a retração dos preços das residências. O índice que mede o grau de confiança da instituição privada Conference Board caiu para 87,3 pontos, o patamar mais baixo desde os dias que se seguiram à passagem do furacão Katrina, em 2005, disse o grupo, sediado em New York.
A deterioração do estado de espírito do consumidor aumenta a probabilidade de que as vendas de fim de ano, que respondem por 20% da receita anual das redes de varejo americanas, venham a decepcionar. O grau de confiança do consumidor de outubro foi corrigido para baixo, para 95,2 pontos, em relação aos 95,6 pontos anteriormente divulgados. Nenhum dos 67 economistas consultados pela Bloomberg News previu a magnitude da queda do indicador de novembro. As previsões eram de que o índice alcançaria 91 pontos.
Trailers em crise
A Winnebago Industries, a Thor Industries e outras fabricante americanas de veículos de lazer provavelmente informarão que suas vendas caíram em 2007, pela primeira vez, em seis anos, num sinal de que a economia dos EUA pode estar se encaminhando para uma recessão.
Nas últimas três décadas, as vendas de “motor homes” e trailers para viagens recuaram antes de cada uma das recessões da economia dos EUA, atribuindo ao setor, que movimenta $ 15 bilhões, a reputação de indicador das tendências da economia. Os economistas lembram que esses veículos “estão na extremidade superior dos gastos supérfluos.

