Prefeito de Miami-Dade fala sobre a importância da comunidade brasileira na FL

Por Arlaine Castro

foto miami dade gov
[caption id="attachment_165247" align="alignleft" width="395"] Francis Suarez, atual prefeito de Miami, Carlos Lopez Cantera, vice-governador da FL e Carlos Gimenez, prefeito de Miami-Dade, no EMerge 2018 em Miami.[/caption] Poucas cidades no mundo mudaram tanto e em tão pouco tempo quanto Miami. Não é apenas a constante transformação do seu “skyline” que impressiona, mas acima de tudo a reinvenção da sua proposta como cidade. Inegavelmente, alguns eventos ajudaram a atrair um novo público que buscava algo além de praia e “party”. O Art Basel colocou Miami no almejado circuito das artes, assim como a conferência Emerge Americasfoi o link que faltava entre renomadas empresas de tecnologia e a diversidade de talentos que a cidade oferece. "Miami não é mais apenas a porta de entrada para os latinos. Diariamente, cerca de 1,000 pessoas se mudam para Flórida vindas de outros estados americanos e dos maios diversos países", citou durante o Emerge Americas 2018, o vice-governador da Flórida, Carlos Lopez Cantera, e que faz parte das estatísticas no site oficial do Estado. Hoje, o condado de Miami-Dade tem uma população maior do que outros 16 estados americanos. O Gazeta News conversou com o prefeito Carlos Gimenez sobre o futuro da cidade, a participação da comunidade brasileira e a importância dos imigrantes para manter a dinâmica da economia local. Gazeta News: Miami é uma cidade basicamente Internacional, que abriga uma população globalizada e diversificada. A economia local está profundamente interligada aos estrangeiros que, por se sentirem bem-vindos, investem na cidade. Porém esse novo momento político, pautado por tweets anti-imigrantes, tem criado um desconforto entre os estrangeiros. O senhor acha que isso pode afetar a economia do condado de Miami-Dade? Carlos Gimenez: Não, acho que não. Porque embora possa haver este sentimento, isso é apenas uma percepção. Na prática, nada mudou. Miami continua sendo uma cidade internacional, diversificada e globalizada. Eu mesmo, sou um imigrante. Minha família veio para os Estados Unidos quando eu tinha 7 anos. Essa é a essência desse país. E isso não mudou. Eu acredito, que não mudará nunca. GN: Qual a importância da comunidade brasileira para economia de Miami-Dade? CG: A comunidade brasileira é muito importante não só para Miami-Dade, mas para toda a Florida. O Brasil continua sendo o maior parceiro comercial de Miami, sendo o país que mais importa produtos da Flórida. O Porto de Miami movimenta milhões em carga para o Brasil. Além disso, por vários anos consecutivos, os turistas brasileiros compõem o maior grupo estrangeiro que visitam Miami. Sendo também os brasileiros, os turistas que mais gastam na cidade. Hoje, nós temos várias empresas brasileiras sediadas em Miami. Muitos empresários brasileiros escolheram Miami, não só para investir em imóveis, mas também para expandir e internacionalizar seus negócios. GN: Quais os maiores desafios que Miami enfrenta no momento? CG: Acho que existem diversos desafios, o trânsito e a mobilidade urbana é um deles. Precisamos solucionar o problema das pessoas perderem longas horas no trânsito. Temos que buscar meios mais eficientes de nos locomovermos. Seja através da melhora dos transportes públicos ou da construção de pistas/corredores eficientes para escoamento do trânsito. Além disso, temos que pensar na re-urbanização dos espaços públicos tornando o carro dispensável para os residentes. GN: Essa é a proposta da reurbanização da Flagler Street em Miami Downtown. O investidor e visionário, Moshe Mana, tem impulsionado a revitalização de algumas áreas de Miami. Ele transformou Wynwood em um dos bairros mais “cools” da cidade. Você acha que ele terá o mesmo sucesso no projeto de revitalização da Flagler Street? CG: A reurbanização de Miami Downtown é um projeto imenso, que envolve muitas pessoas diferentes e vai além da Flagler Street. A proposta para Miami Downtown é criar uma comunidade urbana onde as pessoas possam morar, trabalhar em espaços compartilhados e se divertirem sem terem que usar um carro ou ir para outros bairros. Viver sem carro em Miami até alguns anos atrás, parecia impensável. Agora, parece um objetivo a ser atingido. GN: Como você vê o futuro de Miami e qual a participação que a comunidade brasileira terá nele? CG: Miami está mudando diariamente e continuará mudando para acompanhar os anseios de seus residentes. A comunidade brasileira e o Brasil são, e continuarão sendo, importantes parceiros para Miami e para Flórida. Miami continuará se transformando a passos rápidos e moldando seu futuro para atender as demandas de seus residentes.